Economia

Espanha calcula prejuízos com investida catalã

A instabilidade provocada pelo referendo promovido unilateralmente pelos catalães no último domingo teve impactos imediatos nos mercados

Catalunha: a dívida da Espanha, que em 2008 correspondia a 40% do PIB, hoje é superior a 100%

Catalunha: a dívida da Espanha, que em 2008 correspondia a 40% do PIB, hoje é superior a 100%

DR

Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2017 às 06h24.

Última atualização em 5 de outubro de 2017 às 07h32.

Em meio ao caos político, com as investidas da Catalunha por independência, a Espanha vai a leilão. Nesta quinta-feira, o tesouro público espanhol pretende emitir 5,2 bilhões de euros em títulos de dívidas – uma parte a expirar em 2024, a outra em 2029. Em 2008, a dívida do país correspondia a 40% do PIB. Hoje, é superior a 100% – equivalente a mais de 1 trilhão de euros.

A instabilidade provocada pelo referendo promovido unilateralmente pelos catalães no último domingo teve impactos imediatos nos mercados. Na quarta-feira, o Ibex 35, principal índice da bolsa espanhola, chegou a cair 3% – pior variação desde o Brexit, que fez o índice cair 12%.

Às Sete – um guia rápido para começar seu dia

Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:

A agência de classificação de risco Standard e Poor’s avisou que as tensões podem prejudicar o bom desempenho da economia espanhola – que avançou 3,1% em 2016 e tem crescido acima da média europeia desde 2014.

O problema é que, caso a Catalunha de fato consiga se tornar independente, o território espanhol perde sua integridade – o que gera um imenso imbróglio jurídico junto à União Europeia.

O governo espanhol tem sido tão intransigente que não considera nem a possibilidade de negociar com os catalães, e tem mantido a posição de que qualquer tentativa de separação é ilegal. O rei da Espanha, Felipe VI, também optou por uma postura radical e acusa os catalães de deslealdade.

Enquanto isso, o líder regional da Catalunha afirma que já se considera “presidente de um país livre”. A prefeita da cidade de Barcelona (capital da Catalunha), Ada Colau, tem insistido que a União Europeia faça a mediação ads negociações entre os dois lados.

A violência policial com que o referendo foi reprimido no último domingo gerou revolta dos catalães, que fizeram greve por dois dias. A região corresponde por cerca de 20% do PIB espanhol e tem 7,5 milhões de habitantes. A pressão é grande, o custo, também.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteCatalunhaEspanhaExame Hoje

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto