O Banco Central da Espanha afirmou que a recessão no país provavelmente se aprofundou no terceiro trimestre deste ano em consequência dos fortes esforços de austeridade. Segundo a instituição, a quarta maior economia da zona do euro teve contração de 1,7% em comparação com o terceiro trimestre do ano passado, depois de declinar 1,3% no segundo trimestre.

Na comparação entre o terceiro trimestre e o segundo trimestre, o Banco da Espanha calculou queda de 0,4% no produto interno bruto (PIB), o mesmo recuo registrado no segundo trimestre sobre o primeiro.

As estimativas do Banco da Espanha geralmente são muito próximas ou iguais aos cálculos finais do governo, que são divulgados posteriormente. A primeira estimativa do governo sobre o PIB do terceiro trimestre deverá ser publicada em 30 de outubro.

O Banco da Espanha também afirmou que "não pode ser descartada" a possibilidade de o governo não atingir a meta de déficit orçamentário deste ano, que é de 6,3% do PIB, em boa parte por causa de deficiências na receita fiscal. No ano passado, o déficit espanhol ficou em 9,4% do PIB, mais de três pontos porcentuais acima da meta.

"Os esforços para reduzir os gastos do setor público tiveram um efeito de contração (na economia) durante os meses do meio do ano", afirmou o banco central. "Nós vemos quedas no consumo e nos investimentos em todos os níveis do governo acima dos vistos em trimestres anteriores", acrescentou.

Enquanto isso, o sistema de seguridade social público da Espanha vai registrar um déficit de 10,5 bilhões de euros (US$ 13,7 bilhões), ou 0,9% do PIB, neste ano, segundo reportagens dos jornais espanhóis Cinco Días e El País, que citaram uma notificação enviada pelo governo à agência de estatísticas da zona do euro, a Eurostat.

O governo apresentou o orçamento de 2012 em março e disse que o sistema de seguridade social público terminaria o ano em equilíbrio, comentaram os diários. A meta para o déficit orçamentário da Espanha neste ano é de 6,3% do PIB, mas o país pode encerrar o ano com déficit entre 7,2% e 7,4% do PIB, acrescentaram. As informações são da Dow Jones.