Economia

Esforços em reduzir volatilidade cambial funcionaram, diz BC

O presdidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que redução de estímulos do Federal Reserve deve ser coordenada e gradual e que exigirá preparo no Brasil


	Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: "Acredito que fomos bem-sucedidos e estamos preparados para lidar com mais volatilidade adiante"
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: "Acredito que fomos bem-sucedidos e estamos preparados para lidar com mais volatilidade adiante" (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 15h38.

São Paulo - Os esforços do Banco Central para reduzir a volatilidade cambial foram bem-sucedidos, afirmou nesta segunda-feira, 23, o presidente da instituição, Alexandre Tombini, em uma teleconferência com a imprensa internacional.

No fim de agosto, após o real ter atingido o menor nível em quatro anos frente ao dólar, o BC anunciou a realização diária de leilões de swap cambial e de linha, que desde então vêm fortalecendo a moeda brasileira.

"O Brasil tem uma estratégia clara para reduzir riscos, desde operações monetárias a financeiras e cambiais, que funcionaram para mitigar riscos durante períodos de estresse nos últimos meses", disse Tombini. "Acredito que fomos bem-sucedidos e estamos preparados para lidar com mais volatilidade adiante."

Tombini afirmou ainda que a redução de estímulos do Federal Reserve deve ser coordenada e gradual e que exigirá preparo no Brasil.

"Quanto mais coordenada e gradual for essa redução, melhor, mas temos que nos preparar para essa transição", afirmou. Segundo ele, a redução de estímulos nos EUA não terá impacto na política monetária brasileira, uma vez que os mercados financeiros globais já iniciaram a transição para uma política monetária "mais normal".

O presidente do BC avaliou que a economia global está melhorando e ajudando os mercados emergentes, com a economia europeia se estabilizando e com um crescimento "mais positivo e construtivo" na China e nos EUA.

Brasil

Tombini frisou que a China, os EUA e a União Europeia são os três maiores parceiros comerciais do Brasil e que acontecimentos econômicos principalmente na China têm fortes repercussões no país.

O Banco Central está cautelosamente otimista quanto às perspectivas econômicas brasileiras, após os recentes sinais de melhora, disse o dirigente. Segundo ele, os investimentos estão aumentando e houve alguma recuperação no setor industrial.

"O Brasil está próximo do pleno emprego e agora o país tem que focar em investimento e produtividade", afirmou.

Em relação à inflação, que vem sendo uma área de preocupação, Tombini afirmou que o aperto monetário, iniciado em maio com uma série de aumentos na taxa básica de juros - a Selic -, ajudou a desacelerar a alta dos preços. "O processo tem sido muito construtivo em termos de ajudar a reduzir a inflação e restabelecer parte da confiança que os consumidores haviam perdido com os meses de inflação alta", disse ele.

Segundo Tombini, os juros mais altos também eram necessários para ajudar a aliviar o impacto do real mais fraco na inflação brasileira.

Questionado sobre a independência do BC, Tombini disse que a instituição não é oficialmente independente, mas que tem tido "autonomia operacional" nos últimos dez anos. Ele afirmou que qualquer decisão de tornar o BC independente terá que ser feita pelo governo e pelo Congresso brasileiro. Fonte: Dow Jones Newswires.

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