Economia

Entre a recessão e a paralisia: o PIB do segundo trimestre

PIB será divulgado nesta quinta e pode apontar que Brasil se livrou por pouco da recessão técnica, o que não chega a ser uma ótima notícia

Brasil: previsão mais recente é de avanço de 0,8% do PIB em 2019 (Victor Moriyama / Correspondente/Getty Images)

Brasil: previsão mais recente é de avanço de 0,8% do PIB em 2019 (Victor Moriyama / Correspondente/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2019 às 06h59.

Última atualização em 29 de agosto de 2019 às 07h59.

São Paulo — O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga na manhã desta quinta-feira (29) o PIB referente ao segundo trimestre do ano. O dado é especialmente aguardado pela possibilidade de confirmar ou não a entrada do Brasil em uma recessão técnica, situação simbólica de fraqueza econômica em que um país é colocado quando tem dois trimestres seguidos de resultado negativo.

Nos primeiros três meses de 2019, o PIB brasileiro teve queda de 0,2% ante o trimestre anterior, na primeira retração desde o fim da recessão de 2015 e 2016. Muitos indicadores reforçam a possibilidade de mais uma trinca de meses no vermelho de abril a junho – caso do IBC-Br, uma prévia do PIB calculada pelo Banco Central que indicou retração de 0,13% no trimestre.

Ainda assim, a maior parte dos bancos e casas de análises acreditam que o país escapou por pouco desse quadro de recessão técnica, com projeções que vão de 0,1% ou 0,2% negativos até alta de 0,5%.

Como o país, entretanto, vem de um tombo forte e ainda não recuperado na renda e o emprego, mesmo a projeção mais positiva é ainda uma má notícia para a economia, dado que apenas reforça o ritmo de uma recuperação muito lenta. A previsão mais recente é de avanço de 0,8% do PIB em 2019.

Para o governo, a possibilidade de alta no trimestre é um respiro, mas o fôlego é pequeno para os desafios macroeconômicos que só se intensificaram a partir de julho. Desde então, a turbulência na guerra comercial Estados Unidos-China aumentou, a incerteza pré-eleição desestruturou ainda mais a vizinha Argentina e um cenário de desaceleração global tomou mais corpo. Não à toa, o dólar vem sendo negociado acima dos 4,10 reais.

Desde o primeiro dia do segundo semestre, o índice Ibovespa caiu 3%. Livrar-se da recessão até junho, neste contexto, é um alívio, e nada mais. Para voltar a crescer consistentemente, o Brasil depende da aprovação da reforma da Previdência no Senado, do encaminhamento de novas reformas, como a Tributária, e de um pouco de sorte com a turbulência externa. Não nos faria mal.

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