Economia

Entidades de SC qualificam embargo europeu como "protecionista"

Decisão do bloco europeu foi tomada na quinta-feira, 19, com a suspensão de pelo menos 20 agroindústrias brasileiras para exportar carne de aves para lá

Frigoríficos: segundo empresas, "o Brasil cumpre rigorosamente as regras estabelecidas pelo Acordo de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da OMC" (moodboard/Thinkstock)

Frigoríficos: segundo empresas, "o Brasil cumpre rigorosamente as regras estabelecidas pelo Acordo de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da OMC" (moodboard/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de abril de 2018 às 16h07.

Última atualização em 20 de abril de 2018 às 16h07.

A Associação Catarinense de Avicultura (Acav) e o Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne) qualificaram como "claramente protecionista" a atitude da União Europeia de bloquear as exportações brasileiras de carne de aves - incluindo de algumas plantas catarinenses.

A decisão do bloco europeu foi tomada na quinta-feira, 19, com a suspensão de pelo menos 20 agroindústrias brasileiras para exportar carne de aves para lá.

"São infundadas e inaceitáveis as alegações da Comunidade Europeia segundo as quais as motivações do embargo das indústrias brasileiras seriam de ordem sanitária, especialmente porque o Brasil cumpre rigorosamente as regras estabelecidas pelo Acordo de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da Organização Mundial do Comércio (OMC)", disseram ambas as entidades, em nota divulgada nesta sexta-feira, 20.

"A própria autoridade sanitária europeia se contradiz ao posicionar que, se o Brasil pagar sobretaxa de 1.024 euros por tonelada e embarcar o produto como carne in natura, as importações seriam retomadas sem problemas", continua a nota.

As entidades dizem, ainda, que aprovam a iniciativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e do Ministério da Agricultura em pedir a abertura de painel contra a União Europeia na Organização Mundial do Comércio (OMC).

"Esse será o foro adequado para se questionarem os critérios determinados para os embarques de produtos salgados (com apenas 1,2% de sal adicionado), que são obrigados a cumprir critérios de análises para mais de 2,6 mil tipos de salmonella - as quais não são nocivas à saúde humana - enquanto para o produto estritamente in natura (sem sal adicionado) são exigidos apenas análises para dois tipos de salmonella", argumentam.

A nota reforça, ainda, o excelente padrão de qualidade e sanitário atingido pela indústria de carnes de Santa Catarina, "condição internacionalmente admirada e reconhecida".

"Os padrões de biosseguridade, os avanços genéticos e a atenção extrema à sanidade e ao manejo fizeram da nossa produção agropecuária uma das mais seguras de todas as cadeias produtivas graças ao empenho e profissionalização dos produtores rurais e aos pesados, intensos e contínuos investimentos das agroindústrias", dizem. Tais características "permitiram à agroindústria brasileira e catarinense exportarem carne para mais de 160 países, entre eles os mais exigentes do planeta em termos de qualidade e sanidade".

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