Economia

Endividamento das famílias sobe em fevereiro, diz CNC

Apesar da alta das dívidas, o porcentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas diminuiu


	Um dos motivos que podem ter desencadeado esse crescimento são gastos extras de início de ano. 57,8% dos consumidores relataram ter dívidas
 (Germano Luders)

Um dos motivos que podem ter desencadeado esse crescimento são gastos extras de início de ano. 57,8% dos consumidores relataram ter dívidas (Germano Luders)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2015 às 12h54.

Rio de Janeiro - O número de famílias endividadas registrou leve aumento em fevereiro, informou nesta quinta-feira, 26, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O porcentual de consumidores que relataram ter dívidas chegou a 57,8% neste mês, após ter ficado em 57,5% em janeiro. Apesar disso, o nível é inferior ao observado em fevereiro do ano passado, quando o endividamento ficou em 62,7%.

Na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o conceito de dívida compreende cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguros.

"Fatores sazonais relacionados ao maior comprometimento de renda das famílias, com gastos extras de início de ano, ajudam a explicar essa alta mensal. Na comparação anual, entretanto, manteve-se a tendência de queda", explicou a economista da CNC Marianne Hanson, em nota.

Apesar da alta no endividamento, o índice de famílias com dívidas ou contas em atraso diminuiu de 17,8% em janeiro para 17,5% em fevereiro. Na comparação com fevereiro do ano passado, a fatia também era maior, de 19,7%.

Por sua vez, o porcentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes ficou em 6,4% neste mês. O resultado é idêntico ao observado em janeiro e maior do que a taxa de 5,9% registrada em igual mês de 2014.

"A maior cautela do consumidor em relação ao consumo, além das taxas de juros mais elevadas, levou à redução não apenas do endividamento, mas também dos indicadores de inadimplência", disse Marianne.

Segundo ela, a moderação do crescimento do crédito para as famílias e o perfil mais favorável de endividamento, concentrando-se em modalidades de risco mais baixo e prazos mais longos, melhorou a percepção das famílias em relação ao seu endividamento e manteve a inadimplência em patamares baixos.

A Peic é apurada mensalmente pela CNC a partir de janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal com cerca de 18 mil consumidores.

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