Economia

Endividamento das famílias cresce 59,8% em agosto

No entanto, caiu o número de famílias que informaram não ter condições de pagar suas dívidas, de 7,3% em julho para 7,1% em agosto


	Levantamento foi relizado pela Confederação Nacional do Comércio, a CNC
 (Simona Balint/ Stock Exchange)

Levantamento foi relizado pela Confederação Nacional do Comércio, a CNC (Simona Balint/ Stock Exchange)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2012 às 12h07.

Rio de Janeiro - Cresceu o número de famílias com dívidas a pagar, na passagem de julho para agosto, segundo a pesquisa "Endividamento e Inadimplência do Consumidor", realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). A alta de 59,8%, a maior em 2012, foi a terceira consecutiva registrada pela pesquisa. Declararam estar com dívidas em atraso 21,3% dos entrevistados, um leve avanço ante o mês anterior (21%). Contudo, caiu o número de famílias que informaram não ter condições de pagar suas dívidas, de 7,3% em julho para 7,1% em agosto.

"O porcentual de famílias que relataram ter dívidas entre cheque pré-datado, cartão de crédito, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguros aumentou em agosto de 2012. Entretanto, o número de famílias endividadas continua em patamar inferior ao observado no mesmo período de 2011, quando 62,5% haviam declarado ter dívidas", informou a CNC, em nota oficial. A confederação afirma que as medidas do governo de estímulo ao crédito e à aquisição de bens duráveis continuam exercendo impacto sobre o orçamento doméstico.

O cartão de crédito foi apontado como um dos principais instrumentos de prorrogação de pagamentos por 73,2% das famílias que afirmaram ter dívidas. Em seguida, vieram os carnês, com 18,9% do total, e o financiamento do carro, com 12,4%.

O endividamento é maior entre as famílias inseridas na faixa de renda inferior a dez salários mínimos, com índice de 61,1%, ante 58,6% registrados em julho. Já entre as que possuem renda superior a dez salários mínimos, a taxa passou de 50,5% em julho para 53,6% em agosto.

O aumento do porcentual de famílias com contas ou dívidas em atraso entre os meses de julho e agosto ocorreu apenas na menor faixa de renda. Para este grupo de consumidores, a taxa passou de 22,4% em julho para 23,7% em agosto.

Também foi o grupo de menor faixa de renda que afirmou ter menos chances de pagar as contas em atraso. O indicador passou de 8% em julho para 8,4% no mês seguinte.

A pesquisa da CNC revela ainda que o tempo médio de atraso no pagamento das contas foi de 58,4 dias em agosto. O porcentual médio de comprometimento com dívidas de até três meses foi de 27,3% e, de até um ano, de 27,2%. Em agosto, a parcela média da renda das famílias comprometida com dívidas foi de 29,6%, dos quais 17,4% correspondentes a dívidas que tomam mais da metade do orçamento doméstico.

Acompanhe tudo sobre:Dívidas pessoaiseconomia-brasileiraFamília

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto