O premiê espanhol, Mariano Rajoy: Brasil e México continuam sendo os principais destinos do investimento por causa de seu grande mercado interno (Pierre-Philippe Marcou/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2013 às 12h14.
Madri - As empresas espanholas presentes na América Latina aumentarão em 2013 seus investimentos na região, onde, em três anos, esperam conseguir mais benefícios do que no mercado nacional, muito afetado pela crise, de acordo com um estudo apresentado nesta quarta-feira.
O relatório "Panorama de Investimento Espanhol na América Latina", realizado anualmente pela IE Business School, destaca a tendência crescente das companhias espanholas, tanto as grandes quanto as pequenas e médias, de investir no subcontinente que, por ora, escapou da crise financeira internacional.
"Este ano, dada a certeza de que o mercado espanhol e europeu vão demorar para se recuperar, muitas empresas pensam que é o momento para centrar seus investimentos na América Latina", explicou Juan Carlos Martínez Lázaro, diretor-geral do relatório, realizado a partir de dados de 38 empresas espanholas presentes na região.
Noventa e cinco por cento das companhias pesquisadas prognosticaram um aumento de seu faturamento na zona em três anos, enquanto que mais de 80% esperam que, para 2016, seu volume de negócios na América Latina supere o espanhol.
Além disso, destacou Martínez, cada vez mais Pymes (pequenas e médias empresas) "estão se lançando para investir do outro lado do Atlântico".
"A região latino-americana guarda oportunidades de negócios muito importantes para a Espanha. É uma zona que fez o dever para conseguir estabilidade econômica", destacou Rafael Fuentes, subdiretor de política comercial para a América do ministério da Economia, que destacou que a liberalização econômica da zona beneficia tanto a Espanha quanto as empresas locais, que aumentam assim sua competitividade.
Fuentes destacou setores especialmente interessantes para o investimento espanhol, como os de infraestruturas, serviços, pesca ou exportação de bens de consumo duradouro e produtos agroalimentares em países onde aumentou muito o poder aquisitivo da população, como é o caso do México.
Brasil e México continuam sendo os principais destinos do investimento por causa de seu grande mercado interno, apesar de outros países estarem assumindo um papel emergente com força, como o Chile e, principalmente, o Peru e a Colômbia, cuja capital, Bogotá, agora é a segunda cidade favorita das empresas espanholas, atrás apenas da brasileira São Paulo.
Em compensação, as nacionalizações de filiais de algumas companhias espanholas acabaram com a imagem da Argentina e da Bolívia, os países menos valorizados no informe, junto ao Equador e à Venezuela.
Martínez também previu um futuro "crescimento muito forte" do investimento latino-americano na Espanha, como porta de entrada da Europa, apesar de, no momento, isto ser apenas "um fenômeno incipiente".