Huawei: fabricante de celulares chinesa Huawei está na lista do BCG (AFP/ Joe Klamar)
Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2013 às 19h36.
Paris - As principais empresas dos mercados emergentes experimentam um rápido crescimento em suas regiões e irão remodelar a economia global na próxima década, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira.
As 100 empresas que estão se globalizando de forma mais rápida de economias em desenvolvimento estão superando suas rivais de economias desenvolvidas em termos de expansão, criação de empregos e produtividade, afirma o estudo do Boston Consulting Group (BCG).
Essas empresas, que foram chamadas de desafiantes globais, cresceram a uma média anual de 16% de 2008 a 2011, quatro vezes a taxa de suas concorrentes dos países desenvolvidos.
A receita média atingiu US$26,5 bilhões em 2011, comparada a US$21 bilhões para as empresas que não são do ramo das finanças, listadas no índice S&P 500.
"As desafiantes globais são concorrentes completamente maduras que tomam ações que mudam o jogo", diz o estudo.
"Elas são empresas que remodelarão a economia global na próxima década", incluindo em indústrias como a de fabricação de aeronaves, aparelhos médicos, telefonia móvel e de e-commerce.
Essas empresas tiveram lucros e estão em posição de continuar a fazer isso, já que os mercados emergentes se tornaram o motor da economia mundial com número crescente de consumidores co Huawei m renda disponível.
Enquanto essas desafiantes globais são cada vez mais vistas como competidoras pelas multinacionais ocidentais, estas empresas frequentemente podem lucrar com parcerias, disse o BCG no relatório intitulado "Aliados e adversários".
"A batalha está sendo travada principalmente em países emergentes", afirmou Olivier Scalabre, do BCG, à AFP.
Empresas chinesas e indianas estão rapidamente rumando para África, América Latina e sudeste da Ásia, acrescentou Scalabre.
"É a prioridade delas porque é onde 90% do crescimento global está localizado", disse.
As empresas chinesas e indianas dominam a lista do BCG, mas sua predominância declinou gradualmente durante os sete anos em que a lista foi compilada.
A lista agora engloba empresas de 17 nações emergentes, sete a mais que em 2006.
Estão presentes a fabricante de aeronaves brasileira Embraer, as fabricantes de celulares chinesas Huawei e ZTE, os grupos farmacêuticos indianos Dr Reddy's e Sun Pharmaceuticals, a Golden Agri-Resources da Indonésia, a companhia de petróleo e gás da Malásia Petronas, a operadora de telefonia móvel mexicana America Movil, a russa Gazprom, a companhia de energia tailandesa PTT e a Turkish Airlines.
Essas empresas, contudo, não têm garantia de sucesso e correm o risco de serem superadas pelas recém-chegadas, disse o BCG.
Apenas sete empresas atingiram um nível superior e saíram dessa lista em sete anos, incluindo a companhia aérea Emirates, a fabricante de cimento Cemex e as empresas de mineração brasileira Vale e sul-africana AngloAmerican.
O grupo de agronegócios da Indonésia, Wilmar International, a gigante petrolífera da Arábia Saudita Aramco e a SAB Miller da África do Sul também deixaram o grau de desafiante.
Outro estudo, do banco HSBC, mostrou que as nações ocidentais não conseguiram aproveitar o crescimento do país emergente China.
Os países fornecedores da China lucraram mais com seu crescimento, enquanto "as nações ocidentais, enfrentando problemas internos, não conseguiram aproveitar a oportunidade", disse o banco.
Os exportadores de produtos industriais para a China, como Coreia do Sul, Malásia e Cingapura se beneficiaram do crescimento chinês, assim como os fornecedores de commodities, como a Austrália, Chile, Arábia Saudita e o Cazaquistão, informou o HSBC.