Economia

Empresários pedem corte nos custos da energia

Reunião de conselho industrial teve como eixo central a oferta e custo de energia, com representantes voltando a defender a diferenciação de custos


	Energia: , representantes da indústria estão prestes a enfrentar reajustes que podem passar dos 50%
 (Rodolfo Goulart sabatino/Thinkstock)

Energia: , representantes da indústria estão prestes a enfrentar reajustes que podem passar dos 50% (Rodolfo Goulart sabatino/Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 20h52.

Brasília - O tema seria o novo plano de exportações, mas a primeira reunião na retomada do Conselho Nacional do Desenvolvimento Industrial (CNDI), no início desta semana, teve como eixo central a discussão sobre oferta e custo de energia no País.

Prestes a enfrentar reajustes que podem passar dos 50%, representantes da indústria voltaram a defender a diferenciação dos custos para produção e consumo, além de cobrar investimentos em linhas de transmissão.

A maior preocupação do governo, durante a reunião, foi assegurar ao setor industrial de que não há risco de apagões e racionamento.

Em uma longa apresentação, o ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, garantiu as empresários que o sistema é "robusto" e confiável, afirmou que os investimentos nas linhas de transmissão estão sendo feitos e, mesmo com problemas nas hidrelétricas, as térmicas são capazes de garantir o sistema.

Do outro lado da mesa, a questão não era apenas a preocupação com a falta de energia, mas o custo para a produção, uma antiga preocupação. Há pelo menos cinco anos a Confederação Nacional da Indústria (CNI) reclama dos custos cobrados pela energia industrial.

Agora, com seu ex-presidente, Armando Monteiro, na cadeira de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a discussão ganhou fôlego.

Na reunião do CNDI, os representantes da indústria cobraram não apenas a garantia de produção e distribuição, como custo menor, já que a energia é insumo básico e o governo cobra a melhoria da competitividade.

Há um consenso entre os empresários de que o governo precisa diferenciar energia para consumo da energia para produção, como é feito em outros países.

Essa diferença, alegam, piora a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.

Antes mesmo do reajuste previsto para esse início de ano, cálculos do setor apontam que a indústria tem, hoje, um custo de R$ 402 por KWh, o sexto maior do mundo.

As reduções feitas no ano passado para o consumidor residencial não chegaram às empresas, que reclamam de serem oneradas pelas produção.

A discussão ainda não avançou no governo e será difícil prosperar, mesmo com a posição de Monteiro à frente do MDIC, apesar de setores considerarem que a situação atual não é razoável. Até agora, o ministro não conseguiu convencer nenhum dos seus colegas da equipe econômica a discutir quaisquer tipos de novas desonerações para a indústria, nem mesmo sabe se conseguirá manter as já existentes.

Câmbio

Os dois pontos mais cobrados pelos empresários dificilmente serão encampados pelo governo. Além do custo diferenciado da energia, o setor defende que se tente manter o câmbio em torno de R$ 2,80 - teto que já ultrapassou essa semana.

Apesar de reconhecerem que a desvalorização do real ajuda as exportações, os empresários afirmam que a imprevisibilidade traz outros problemas.

O dólar acima dessa faixa passaria a onerar demais as empresas que contraíram empréstimos no exterior. Essa, no entanto, foi outra questão que deve ficar sem resposta.

Acompanhe tudo sobre:IndústriaIndústrias em geral

Mais de Economia

MP do crédito consignado para trabalhadores do setor privado será editada após o carnaval

Com sinais de avanço no impasse sobre as emendas, Congresso prevê votar orçamento até 17 de março

Ministro do Trabalho diz que Brasil abriu mais de 100 mil vagas de emprego em janeiro

É 'irrefutável' que vamos precisar de várias reformas da previdência ao longo do tempo, diz Ceron