Trabalhador da indústria: o resultado sucede quedas de 1,1% em 2013 e de 1,4% em 2012 (ia_64/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2015 às 09h26.
Rio - O emprego na indústria avançou 0,4% na passagem de novembro para dezembro de 2014, na série livre de influências sazonais, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado interrompeu uma sequência de oito taxas negativas consecutivas, mas foi insuficiente para reverter a tendência do ano.
Com isso, o emprego industrial acumulou uma queda de 3,2% em 2014. Com o resultado de 2014 o emprego na indústria registrou seu terceiro ano seguido de queda.
Em 2014, o pessoal ocupado assalariado recuou 3,2% em relação ao ano anterior. O resultado sucede quedas de 1,1% em 2013 e de 1,4% em 2012.
Além disso, o desempenho do ano passado foi o pior desde 2009, quando o emprego diminuiu 5,0% no total da indústria brasileira. Na comparação do mês de dezembro com dezembro de 2013, o emprego industrial apontou uma queda de 4,0%.
Trata-se do 39º resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação.
Segundo o IBGE, foram registradas reduções no contingente de trabalhadores em todos os 14 locais pesquisados, com destaque para São Paulo (-4,7%), que teve o recuo mais intenso nesta comparação.
Já no ano de 2014, na comparação com 2013, a indústria paulista viu seu contingente de trabalhadores encolher 4,3%. O ritmo de demissões em São Paulo superou a média nacional no período.
Ao todo, 13 dos 14 locais pesquisados pelo órgão registraram redução no pessoal ocupado em 2014, segundo o IBGE.
Além de São Paulo, também tiveram reduções intensas Rio Grande do Sul (-4,2%), Paraná (-4,2%), Minas Gerais (-2,8%), Região Nordeste (-2,1%), Rio de Janeiro (-2,8%) e Região Norte e Centro-Oeste (-1,7%). A única influência positiva veio de Pernambuco, ainda que pequena: a alta foi de apenas 0,1%.
Setorialmente, a redução de pessoal ocupado atingiu 17 dos 18 ramos avaliados em dezembro ante igual mês de 2013, com destaque para as pressões negativas vindas de meios de transporte (-7,4%), produtos de metal (-9,0%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-8,4%), máquinas e equipamentos (-5,5%).
Horas pagas
O número de horas pagas pela indústria recuou 3,9% no acumulado de 2014 ante o ano anterior, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Trata-se do terceiro ano de queda neste indicador e o pior resultado desde 2009, quando o número de horas recuou 5,3%, ainda na esteira da crise econômica mundial.
A redução foi disseminada entre todos os 14 locais pesquisados, com destaque para o recuo de 5,1% observado em São Paulo. As perdas também foram intensas em Rio Grande do Sul (-5,3%), Paraná (-5,3%), Região Nordeste (-3,2%) e Minas Gerais (-3,6%).
Setorialmente, 16 dos 18 ramos pesquisados tiveram de cortar o número de horas no ano passado, com destaque para produtos de metal (-8,5%), máquinas e equipamentos (-7,0%), meios de transporte (-6,2%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-8,7%). Os impactos positivos vieram de produtos químicos (0,9%) e de minerais não-metálicos (0,7%).
Apenas no mês de dezembro, o número de horas pagas recuou 0,1% na comparação com novembro, na série com ajuste sazonal.
Já no confronto com dezembro de 2013, a redução no indicador foi de 5,3%, sendo que, nesta comparação todos os 14 locais pesquisados registraram redução no número de horas pagas. Também aqui o principal impacto negativo veio de São Paulo (-6,2%).
Já entre as atividades, 17 dos 18 setores apontaram taxas negativas, com destaque para alimentos e bebidas (-3,2%), produtos de metal (-11,0%), meios de transporte (-8,0%), máquinas e equipamentos (-8,3%), calçados e couro (-9,9%), outros produtos da indústria de transformação (-8,0%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-6,4%) e metalurgia básica (-9,4).
Folha de pagamento
O valor real da folha de pagamento dos trabalhadores da indústria diminuiu 1,1% em 2014 ante o ano anterior, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Trata-se da primeira queda neste indicador desde 2009, quando os efeitos da crise econômica mundial provocaram uma redução de 2,4%.
A queda no valor real da folha foi disseminada, atingindo 11 dos 14 locais pesquisados pelo órgão. O impacto negativo mais relevante sobre o total da indústria foi observado em São Paulo (-1,8%), mas também registraram recuos Rio Grande do Sul (-2,4%), Região Nordeste (-1,9%), Rio de Janeiro (-1,4%), Minas Gerais (-0,8%) e Paraná (-0,8%).
Em sentido contrário, a principal contribuição positiva foi assinalada pela Região Norte e Centro-Oeste (2,0%), seguidas por Santa Catarina (0,9%) e Espírito Santo (1,6%).
Setorialmente, o valor da folha de pagamento real caiu no ano passado em 12 das 18 atividades pesquisadas, pressionado, principalmente, pelas quedas vindas de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-6,6%), produtos de metal (-5,8%), meios de transporte (-2,0%), máquinas e equipamentos (-2,4%) e calçados e couro (-4,2%).
Por outro lado, os setores de alimentos e bebidas (1,3%), minerais não-metálicos (3,3%) e produtos químicos (1,1%) impediram um resultado ainda pior no acumulado de 2014.
Dezembro
Apenas no mês de dezembro de 2014, o valor real da folha de pagamento da indústria avançou 1,9% na comparação com novembro, já descontados os efeitos sazonais.
O resultado elimina parte do recuo de 2,4% observado no mês imediatamente anterior. Em relação a dezembro de 2013, porém, houve queda no valor real da folha. O recuo foi de 3,9%, o sétimo consecutivo neste tipo de confronto.
As perdas registradas ante dezembro de 2013 foram verificadas em 13 dos 14 locais investigados pelo IBGE, com destaque para São Paulo (-4,3%) e região Nordeste (-5,5%).
Entre os setores, o valor real da folha de pagamento recuou em 17 das 18 atividades pesquisadas. Os principais impactos negativos vieram de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-10,6%), alimentos e bebidas (-3,6%), produtos de metal (-11,1%), meios de transporte (-2,7%), borracha e plástico (-7,7%), vestuário (-7,7%) e calçados e couro (-7,0%).