Economia

Emprego na construção civil recua pelo 24º mês seguido

Segundo o levantamento, o setor vem reduzindo as contratações há dois anos

Construção: em dois anos, o setor já eliminou mais de 899 mil postos de trabalho (Justin Sullivan/AFP)

Construção: em dois anos, o setor já eliminou mais de 899 mil postos de trabalho (Justin Sullivan/AFP)

AB

Agência Brasil

Publicado em 11 de novembro de 2016 às 15h30.

O nível de emprego no setor da construção civil do país recuou em 1,14% no último mês de setembro sobre agosto, o que representou o corte de 30.823 trabalhadores.

No acumulado do ano até setembro, foram suprimidas 225.069 vagas e, em 12 meses, 460.014. Os dados do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) referem-se à pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), feita em conjunto com a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo o levantamento, o setor vem reduzindo as contratações há dois anos e já eliminou, nesse período, 899.913 mil postos de trabalho.

Em 2016, pelas estimativas do SindusCon-SP, as dispensas devem atingir 500 mil. Em outubro de 2014, a base de trabalhadores era de 3,57 milhões e caiu para 2,678 milhões.

As maiores quedas ocorreram nas empresas relacionadas a obras de acabamento (-1,30%) e imobiliário (1,29%). Já nos nove primeiros meses do ano, houve diminuição de 17,76% no segmento imobiliário e de 14,92%, nas empresas que lidam com a preparação de terreno. Por região, o Sudeste aparece com o recuo mais expressivo (1,36%), seguido do Nordeste (-1,16%).

Na avaliação do presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, a retomada do emprego só vai ocorrer por meio do reaquecimento da economia e, para isso, serão necessárias medidas estruturais como as reformas tributária e trabalhista, a racionalização das despesas do governo, a diminuição dos juros, a elevação da oferta de crédito e a agilização das concessões e parcerias público-privadas da União, estados e municípios.

Acompanhe tudo sobre:Busca de empregoConstrução civilEngenharia

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo