Economia

Emprego com carteira tem o nível mais baixo da história, diz IBGE

População com carteira assinada totalizou 33,321 milhões no quarto trimestre de 2017

Carteira de trabalho: auge da carteira assinada ocorreu no segundo trimestre de 2014, quando alcançou 36,880 milhões de trabalhadores (Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

Carteira de trabalho: auge da carteira assinada ocorreu no segundo trimestre de 2014, quando alcançou 36,880 milhões de trabalhadores (Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de janeiro de 2018 às 14h23.

Rio de Janeiro - A população de trabalhadores com carteira assinada no setor privado no País totalizou 33,321 milhões de pessoas no quarto trimestre de 2017, o nível mais baixo da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O auge da carteira assinada ocorreu no segundo trimestre de 2014, quando alcançou 36,880 milhões de trabalhadores.

"O mercado de trabalho tirou pessoas com carteira assinada, mexeu com a estabilidade. Essa pessoa que perde o emprego com carteira é responsável pela estrutura familiar. E essa estrutura familiar (os integrantes da família), para compensar, parte para o mercado de trabalho. Muitas vezes isso se dá não pela perda do emprego, mas da estabilidade, da carteira assinada", explicou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Com o fechamento dos postos formais, trabalhadores tentaram reforçar a renda familiar atuando por conta própria. No quarto trimestre de 2017, 23,198 milhões de pessoas estavam trabalhando por conta própria, o maior patamar da série histórica da Pnad Contínua.

Emprego doméstico

Segundo o IBGE, o emprego doméstico voltou a crescer no País. No quarto trimestre de 2017, 204 mil pessoas conseguiram uma colocação no mercado de trabalho nessa função, em relação ao terceiro trimestre do ano, segundo os dados da Pnad Contínua.

"O aumento no emprego doméstico não é bom para País nenhum, porque nenhum País se sustenta com ocupação de baixa qualidade. A falta de oportunidade é que gera esse aumento. No momento em que houver oportunidade, elas vão querer carteira de trabalho. Mais de 70% delas estão trabalhando sem carteira", ressaltou Cimar Azeredo.

Após um recuo no emprego doméstico, puxado pela fuga de mão de obra para funções mais rentáveis, especialmente no setor de serviços, a deterioração do mercado de trabalho fez com que trabalhadores desempregados voltassem a tentar se recolocar através do serviço doméstico.

Em três anos, País ganhou 204,25 mil pessoas a mais no trabalho doméstico. O contingente de trabalhadores nessa função atingiu uma média de 6,136 milhões de pessoas em 2012, caiu ao isso de 5,973 milhões em 2014, subindo a uma média de 6,177 milhões em 2017.

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