Emissões: a cada ano, produzimos mais CO2 do que a Terra consegue absorver. (Lukas Schulze/Getty Images)
Vanessa Barbosa
Publicado em 27 de março de 2018 às 12h07.
Última atualização em 27 de março de 2018 às 12h09.
São Paulo - A demanda global por energia aumentou 2,1% em 2017, mais que o dobro da taxa do ano anterior, impulsionada pelo forte crescimento econômico global.
Mais de 70% dessa alta foi atendida por fontes fósseis, como petróleo, gás natural e carvão, enquanto as energias renováveis, como solar, eólica e hidrelétrica responderam por quase todo o restante.
Como resultado, as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) relacionadas à energia aumentaram 1,4% em 2017, após três anos permanecendo inalteradas, atingindo uma alta histórica de 32,5 gigatoneladas.
Os dados fazem parte de uma análise divulgada pela Agência Internacional de energia (IEA, na sigla em inglês).
A demanda por petróleo cresceu 1,6%, mais que o dobro da taxa anual média observada na última década, impulsionada pelo setor de transportes, bem como pela crescente demanda da indústria petroquímica.
O consumo de gás natural cresceu 3%, maior alta de todos os combustíveis fósseis, com a China respondendo por quase um terço desse crescimento, e os setores imobiliário e industrial contribuindo para 80% do aumento da demanda global.
A demanda por carvão subiu cerca de 1%, revertendo quedas nos dois anos anteriores, impulsionada por um aumento na geração de eletricidade a carvão principalmente na Ásia.
O relatório destaca, porém, que as emissões de CO2, principal gás causador do efeito estufa, não aumentaram em todos os lugares.
Algumas economias, como Estados Unidos, Reino Unido, México e Japão registraram declínios. A maior queda nas emissões veio dos Estados Unidos, impulsionada pela maior implantação de renováveis.
As energias renováveis tiveram a maior taxa de crescimento de qualquer combustível no ano passado, atendendo a um quarto do crescimento da demanda mundial de energia.