Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu: assim como o BCE, pressões também foram citadas como motivo pelo qual o Fed ter descartado a chance de elevar os juros em setembro (Boris Roessler/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2015 às 09h00.
Sidney - O destino das moedas de mercados emergentes depende cada vez mais da perspectiva das taxas de juros nos países desenvolvidos, em meio à expectativa de que seus bancos centrais mantenham a política monetária frouxa por mais algum tempo.
Desde que a China provocou uma depreciação inesperada do iuan em agosto, o declínio resultante de várias moedas de mercados emergentes tem produzido um pulso desinflacionário que o mundo está pouco preparado para enfrentar.
O perigo era claramente real no pensamento do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, na quinta-feira, quando ele garantiu mais um afrouxamento em dezembro.
"Os riscos para a perspectiva de crescimento da zona do euro continuam, refletindo em particular as elevadas incertezas sobre o desenvolvimento das economias dos mercados emergentes", alertou Draghi, mandando o euro para mínimas de dois meses.
Essas pressões também foram citadas como motivo pelo qual o Federal Reserve, banco central norte-americano, ter descartado a chance de elevar os juros em setembro.
Em um recente e muito discutido discurso, a integrante do conselho do Fed Lael Brainard citou as pressões deflacionários que emanam dos mercados emergentes como o centro de um forte argumento contra um aperto "prematuro" da política monetária.
Alimentando essas preocupações está a queda nas moedas de mercados emergentes provocada em parte por preocupações de que juros mais altos nos EUA vai tirar o capital de países que já lutam com altas dívidas em moeda estrangeira.