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Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2010 às 11h48.
São Paulo - O Brasil tem um dos menores níveis de investimento público do mundo. Com uma taxa que gira em torno de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) há mais de uma década, o país por pouco não amarga a lanterninha nas comparações com outras nações emergentes. É que o Turcomenistão encarregou-se de 'roubar' este título do país.
A constatação faz parte de um ranking de 135 países elaborado pelo economista José Roberto Afonso, com base em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) relativos a 2007. A primeira colocada China investiu, descontadas as empresas estatais, 21% de seu PIB em 2007 (veja quadro).
Mesmo levando em conta as diferentes metodologias e as características sócio-políticas de cada nação, a discrepância é sintomática dos diferentes caminhos trilhados pelos emergentes quando o assunto é investimento público. Ainda que se considere todo o investimento (governamental, empresas estatais e privado), o montante não é suficiente para garantir a produtividade futura, afirma o diretor da Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap), Geraldo Biasoto.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) brasileira - índice que mede o quanto o país aumentou seus bens de capital - gira em torno de 17% do PIB, em uma média de três anos, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na China e na Índia, as taxas são de 40% e 33%, respectivamente.
A situação é preocupante porque há muitas áreas em que a iniciativa privada não se interessa em investir por conta dos riscos e/ou da baixa rentabilidade, ou nem pode. Além disso, há a questão da alta carga tributária brasileira, que atingiu mais de 36% do PIB no ano passado. Adverte o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel: "Por conta do peso dos impostos, o investimento privado não cresce em níveis satisfatórios".
Países | Investimento* |
---|---|
China | 20,58% |
Venezuela | 13,01% |
Qatar | 11,68% |
Arábia Saudita | 10,20% |
Malásia | 10,07% |
Emirados Árabes Unidos | 9,16% |
Irã | 8,48% |
Nigéria | 8,01% |
Índia | 7,45% |
Bolívia | 7,40% |
Tailândia | 6,86% |
Colômbia | 6,52% |
Bulgária | 6,28% |
Indonésia | 5,51% |
Paraguai | 5,21% |
Rússia | 4,93% |
México | 4,52% |
Equador | 4,22% |
Peru | 4,17% |
Argentina | 4,10% |
República Tcheca | 4,03% |
Turquia | 3,37% |
Uruguai | 3,06% |
África do Sul | 2,66% |
Chile | 2,39% |
República Dominicana | 1,86% |
Brasil | 1,69% |
Turcomenistão | 1,19% |