Economia

Em texto pré-Davos, Huck fala em renovar lideranças e atacar desigualdade

Apresentador, que movimenta para tentar Presidência em 2020, estará de novo no Fórum Econômico Mundial, que reúne líderes na Suíça entre 21 e 24 de janeiro

Luciano Huck: assim como no ano passado, apresentador foi convidado para integrar painel sobre a América Latina no evento (Mauricio Santana/Getty Images)

Luciano Huck: assim como no ano passado, apresentador foi convidado para integrar painel sobre a América Latina no evento (Mauricio Santana/Getty Images)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 16 de janeiro de 2020 às 11h47.

Última atualização em 16 de janeiro de 2020 às 13h57.

São Paulo — O apresentador de TV Luciano Huck, que vem se movimentando para tentar uma candidatura à Presidência da República nas eleições de 2022, teve um texto seu publicado nesta quarta-feira (16) no site do Fórum Econômico Mundial, no qual critica a crise de liderança pela qual passa o Brasil e a falta de políticas direcionadas ao combate da desigualdade.

O apresentador vai participar do fórum pela segunda vez. Assim como no ano passado, ele foi convidado para integrar um painel sobre a América Latina.

O evento reúne líderes políticos e empresariais em Davos, na Suíça, entre 21 e 24 de janeiro e, desta vez, não deve contar com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que cancelou sua presença. O ministro da Economia Paulo Guedes, porém, tem presença confirmada.

Na opinião de Huck, é necessário garantir uma arrecadação mais justa de impostos, reduzir subsídios para os ricos, implementar políticas de igualdade de oportunidades e criar caminhos de ascenção para os mais vulneráveis.

"O sistema educacional brasileiro está falhando com as famílias mais pobres. A desigualdade de riqueza está reforçando a desigualdade de oportunidades para a próxima geração", diz.

Huck diz que a crise de liderança no Brasil começou a ser desenhada após anos de corrupção e estagnação econômica e culminou na eleição de Bolsonaro. "Para enfrentar os grandes desafios da próxima década, o Brasil precisa restaurar e renovar seus líderes políticos de cima para baixo", diz.

Huck apoia desde 2017 o movimento RenovaBR, idealizado pelo empresário Eduardo Mufarej, que promove a formação de políticos de vários campos do espectro ideológico.

Além de desigualdade e liderança, Huck também coloca como prioridade no artigo a preservação da floresta amazônica, que ganhou as manchetes com a disparada dos incêndios e do desmatamento.

"Apesar dos melhores esforços das autoridades brasileiras para ocultar o problema, os dados de satélite do próprio Ministério da Ciência mostraram que as taxas de desmatamento atingiram os níveis mais altos em duas décadas", diz.

O tom do discurso de Luciano Huck segue a mesma linha do utilizado pelo apresentador na 11ª edição do EXAME Fórum, que reuniu mais de 400 pessoas em setembro do ano passado, em São Paulo.

Na ocasião, ele disse que “vivemos num país muito atrasado. A gente pode juntar todos os filantropos e empresários do Brasil para tentar fazer alguma coisa e o ponteiro da desigualdade não vai se mover. Quem tem o poder para mexer no ponteiro da desigualdade é o Estado.”

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