Economia

Em São Paulo, preço médio da gasolina passará dos R$ 3

Os cerca de 8.700 postos espalhados pelo Estado de São Paulo pretendem repassar integralmente e imediatamente o tributo para o consumidor


	Bomba de gasolina: a volta da Cide começa a valer em 1º de fevereiro
 (Arquivo/ABr)

Bomba de gasolina: a volta da Cide começa a valer em 1º de fevereiro (Arquivo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 08h15.

São Paulo - A volta da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis pode levar o preço do litro de gasolina na bomba a passar de R$ 3 na cidade de São Paulo.

Os cerca de 8.700 postos espalhados pelo Estado de São Paulo pretendem repassar integralmente e imediatamente o tributo para o consumidor, segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Gouveia. A volta da Cide começa a valer em 1º de fevereiro.

"Vamos repassar integralmente, não temos como fazer diferente", diz Gouveia. Segundo ele, a margem dos postos é de R$ 0,35 por litro e a volta da Cide vai representar um acréscimo de R$ 0,22 por litro, sem considerar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

No Estado de São Paulo, com o ICMS de 25% para a gasolina, o custo por litro sobe para R$ 0,275. "Ninguém segura esse aumento. Não podemos assumir problemas que o governo criou."

Com base no preço médio da Agência nacional de Petróleo (ANP) pesquisado na semana passada, se a Cide passasse a valer hoje o consumidor desembolsaria R$ 11 a mais para encher o tanque de um Volkswagen up!. No caso do utilitário Toyota Hilux SW4, movido a diesel, o gasto adicional para encher o tanque seria de R$ 12.

Freio

O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que desde a terça-feira, 20, dobrou de 1,5% para 3%, deve encarecer as compras a prazo e os empréstimos e funcionar como um freio no consumo.

Segundo o diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, isoladamente o aumento do IOF não teria grande impacto no consumo.

"Mas, levando em conta outras as medidas, como a volta da Cide sobre combustíveis, aumento da tarifa de energia elétrica, reajuste da passagem de ônibus e outras pressões inflacionárias por causa do dólar em alta num ambiente de baixo crescimento e os juros subindo desde abril de 2013, o aumento do IOF vai afetar negativamente o consumo", prevê o economista.

Ele lembra de outras pressões que vão afetar a disponibilidade de renda dos brasileiros neste início de ano, como o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) na cidade de São Paulo.

Nas contas do diretor executivo da Anefac, o valor da prestação de um veículo, cujo preço à vista é R$ 25 mil, financiado em 12 vezes, com juros de 1,84% ao mês e IOF de 3% é de R$ 2.419,94.

A alta é de R$ 35,11 em relação a prestação com o imposto menor, de 1,5%. Ao final de 12 meses, o comprador terá desembolsado R$ 421,32 a mais só por causa do aumento do imposto sobre financiamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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