Economia

Em dia de Copom, Haddad diz que mercado espera corte de 0,50 ponto da taxa de juros

O ministro da Fazenda afirma que a redução da taxa de juro hoje terá impacto sobre os investimentos de longo prazo no Brasil

Haddad: O ministro da Fazenda garantiu que houve um esforço por parte do governo federal para que a inflação começasse a cair e os juros pudessem ser cortados (José Cruz/Agência Brasil)

Haddad: O ministro da Fazenda garantiu que houve um esforço por parte do governo federal para que a inflação começasse a cair e os juros pudessem ser cortados (José Cruz/Agência Brasil)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 2 de agosto de 2023 às 12h12.

O ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou nesta quarta-feira, 2, que a maioria do mercado financeiro aposta em um corte de 0,50 ponto porcentual na Selic na reunião de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom).

"No mercado tem gente falando até em queda de 0,75 p.p., mas ninguém espera manutenção da taxa, não existe um economista com reputação que possa defender manutenção. E não falo nem de políticos, porque os políticos gostariam de uma redução de 1,0 ponto, como aconteceu no Chile na semana passada", disse Haddad.

A curva de juros doméstica precifica probabilidade próxima de 75% de corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, mas não há consenso entre os economistas de mercado. Diversas casas apostas em uma queda de 0,25 ponto percentual.

Para Haddad, a redução da taxa de juro hoje terá impacto sobre os investimentos de longo prazo no Brasil. "Um investidor que vai tomar decisão agora, olha para a taxa de juro no longo prazo, faz as contas e começa a verificar que talvez não seja tão vantajoso manter o dinheiro guardado e que, se ele expandir operações, vai ganhar mais dinheiro no futuro", explicou.

O ministro da Fazenda garantiu que houve um esforço por parte do governo federal para que a inflação começasse a cair e os juros pudessem ser cortados. Ela afirmou que houve um "choque de credibilidade" no governo federal, o que também contribuiu para o controle da inflação. "O país estava desgovernado. Começou a se gastar dinheiro a rodo, principalmente durante a eleição, mais de R$ 300 bilhões de dinheiro público investido visando a eleição", disse.

Inflação pode ser a menor da história do Plano Real

A decisão de amanhã também será a primeira que contará com a presença de dois diretores indicados pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva. O diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, e o de Fiscalização, devem dar sinais claros de como avaliam a situação da economia e podem até sinalizar que há espaço para uma queda maior da Selic, de 0,75 ponto percentual, como já defendem assessores de Lula.

Como mostrou a EXAME, 0 governo Lula 3 pode conquistar a menor inflação acumulada em quatro anos desde o início do Plano Real, em 1994, se as projeções do Boletim Focus do Banco Central (BC) se confirmarem. 

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