Economia

Em dia "D" para Previdência, Bolsonaro deixa tema de lado na Câmara

Presidente foi à Câmara dos Deputados para participar de culto junto à bancada evangélica; votação da Previdência está prevista para começar ainda na manhã

Jair Bolsonaro: "A discussão está com eles, a bola está com eles", disse o presidente sobre a aprovação da reforma pelos deputados (Jose Cruz/Agência Brasil)

Jair Bolsonaro: "A discussão está com eles, a bola está com eles", disse o presidente sobre a aprovação da reforma pelos deputados (Jose Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de julho de 2019 às 11h32.

Última atualização em 10 de julho de 2019 às 11h38.

No dia decisivo para a proposta que altera as regras de aposentadoria do País, o presidente Jair Bolsonaro, que passou parte da manhã na Câmara dos Deputados em dois eventos religiosos, não citou explicitamente a reforma da Previdência ou a "Nova Previdência", como vem sendo tratada a proposta pelo Planalto. O único momento em que fez referência espontânea à reforma foi quando disse que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) "é o homem que conduzirá o destino da votação".

Somente depois de ter sido questionado repetidas vezes por jornalistas é que o presidente se manifestou sobre o tema. "Vitória", respondeu brevemente, referindo-se à sua expectativa em relação à votação. Bolsonaro esteve pela manhã na Câmara, onde participou de um culto de Santa Ceia realizado pela Frente Parlamentar Evangélica e, depois, de uma sessão solene no plenário da Casa em homenagem aos 42 anos da Igreja Universal do Reino de Deus. Ele chegou sem falar com a imprensa.

Na chegada ao auditório Nereu Ramos, no entanto, ao ser questionado pelo Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, sobre se iria aproveitar a ida à Câmara para se reunir e discutir pontos da proposta de reforma da Previdência com deputados, Bolsonaro disse, em tom de brincadeira, que já estava entre os parlamentares. "A discussão está com eles, a bola está com eles", afirmou o presidente.

Durante o culto, o presidente passou todo o discurso sem abordar abertamente a votação da reforma da Previdência. Bolsonaro pediu apoio dos parlamentares em votações da pauta do governo de forma genérica. No plenário da Câmara, onde discursou por cerca de cinco minutos, o presidente não fez referência direta à votação da proposta de reforma da Previdência, mas admitiu que "temos momentos críticos pela frente", afirmou que "pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão" e que o "povo conta com deputados e senadores para que o nosso Brasil realmente deixe de ser apenas um País do discurso".

"O entendimento de todos nós - parlamentares, Executivo e, em parte, do Judiciário — dirá realmente se nós queremos ser uma grande nação ou não. Recebi o contato agora há pouco do Rodrigo Maia. tendo em vista o horário que acabou a sessão nesta madrugada, infelizmente ele não pôde se fazer presente. Mas ele aqui, neste recinto, é o nosso general. É o homem que conduzirá o destino da votação, e, obviamente, da nossa querida nação", disse o presidente.

O presidente da Câmara desistiu de recepcionar o presidente Jair Bolsonaro nesta manhã de quarta no Congresso. Inicialmente, a agenda de Maia, divulgada na noite de terça, previa que ele estaria na Câmara para receber Bolsonaro e que também participaria do culto. Uma atualização divulgada nesta quarta, no entanto, retirou o compromisso da agenda. Na terça, o próprio deputado havia dito a jornalistas que chegaria ao parlamento nesta quarta por volta das 10h30.

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