Economia

Em Davos, Meirelles e Ilan defendem câmbio flutuante no Brasil

O presidente do BC lembrou que, desde as eleições americanas, a moeda brasileira se depreciou e agora está em um processo de reversão

Davos: Meirelles, por sua vez, disse que o regime de câmbio flutuante é o melhor para o Brasil (Ruben Sprich/Reuters)

Davos: Meirelles, por sua vez, disse que o regime de câmbio flutuante é o melhor para o Brasil (Ruben Sprich/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 17h51.

Davos - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, defenderam nesta quarta-feira, 18, em Davos, na Suíça, o regime de câmbio flutuante no País. "Temos um regime de câmbio flutuante no Brasil", afirmou Goldfajn.

"O câmbio flutuante é amortecedor e a primeira linha de defesa da economia", continuou.

O presidente do BC lembrou que, desde as eleições americanas, a moeda brasileira se depreciou e agora está em um processo de reversão.

Ele citou também que a força do dólar vem da percepção de crescimento dos Estados Unidos, com a perspectiva de que o aumento da questão fiscal pode gerar um crescimento maior da economia.

Meirelles, por sua vez, disse que o regime de câmbio flutuante é o melhor para o Brasil. Ele comentou, porém, que os fatores domésticos estão se sobrepondo às questões internacionais e que isso tem ajudado na tendência do câmbio.

"Estamos em uma situação específica hoje que (o câmbio) não nos preocupa", comentou.

Segundo Ilan, o início do aperto monetário nos EUA faz parte de um processo normal.

Em dezembro de 2016, o Federal Reserve, o BC americano, aumentou depois de muita sinalização sua taxa de juros pela primeira vez e anunciou que mais três altas estavam previstas para este ano. "Este é um processo normal, deve ser gradual e isso é um bom sinal", avaliou.

Swap

Goldfajn disse que o BC tem usado leilões de swap cambial para manter a liquidez no mercado doméstico e citou que o nível das reservas internacionais é elevado.

Já Meirelles enfatizou que o governo não vê uma fuga de capitais que o obrigue a usar as reservas para segurar a cotação do câmbio. Além disso, disse que o balanço de pagamentos doméstico "vai bem".

O ministro relatou ainda que, nos encontros durante o Fórum Econômico Mundial, as empresas dizem que vão investir "substancialmente mais" no Brasil.

PIB

Meirelles reforçou durante a coletiva em Davos que as revisões das projeções do governo para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016 e 2017 vão ser apresentadas nos próximos 10 dias.

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:CâmbioDavosFórum Econômico MundialHenrique MeirellesIlan Goldfajn

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto