Economia

Em uma das piores crises do país, MG aprova reajuste de 41% para PMs

Orçamento mineiro prevê déficit de R$ 13 bi neste ano; dois dos três deputados do Novo, partido do governador, votaram contra o projeto

Romeu Zema: governo queria aumento apenas para as duas categorias (Facebook/Reprodução)

Romeu Zema: governo queria aumento apenas para as duas categorias (Facebook/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 07h40.

Última atualização em 21 de fevereiro de 2020 às 17h38.

São Paulo — Com Minas Gerais apresentando um dos piores cenários financeiros do País, a Assembleia Legislativa do Estado aprovou nesta quarta-feira, 19, em segundo turno, aumento salarial para o funcionalismo do Poder Executivo e também da própria Assembleia, Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas do Estado (TCE).

O reajustes chegam a até 41,47%, no caso dos policiais militares e bombeiros, escalonados até dezembro de 2022.

Um dos aumentos, para os servidores do setor de segurança de Minas Gerais, foi enviado à Casa em projeto de lei do próprio governador, Romeu Zema (Novo). O impacto anual apenas desse reajuste, nas contas do Estado mineiro, é de R$ 5,6 bilhões. Dois dos três deputados do Novo, Bartô e Guilherme da Cunha, votaram contra o projeto.

Uma emenda apresentada pela oposição estendeu a correção para as outras categorias de funcionários públicos, elevando em mais R$ 20 bilhões o impacto nos cofres mineiros. O porcentual é de 28 82% para 13 categorias. A base contestou a emenda. O orçamento de Minas para 2020 prevê déficit fiscal, ou seja, despesas superando as receitas de R$ 13,3 bilhões.

O aumento para os servidores da Assembleia Legislativa será de 4,58% em relação à folha de 2018 e de 2,97% no período de abril de 2019 a janeiro de 2020. O reajuste para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) será de 2,76% tendo como base maio de 2018 e de 4,94% a partir de maio de 2019.

O MP teve aprovado aumento de 2,76% a partir de maio de 2018 e de 4,94% a partir de maio de 2019. Os servidores do TCE terão elevação salarial em 14,62%. Na Defensoria Pública, o aumento será de 4,30%.

Outro lado

O governo de Minas Gerais disse, por meio de nota, reafirmar "o compromisso com o texto original do projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa", e que "o impacto financeiro já havia sido avaliado", além de que "o encaminhamento do projeto está em conformidade com o atual entendimento do Tribunal de Contas sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal".

Acompanhe tudo sobre:Minas GeraisPoliciaisRomeu ZemaServidores públicos

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor