Economia

Em carta ao FMI, oposição e sindicatos argentinos alertam para catástrofe

Argentina se comprometeu a ajustar contas do Estado e reduziu meta de déficit fiscal a 2,7% em 2018 e a 1,3% em 2019, em meio a inflação projetada em 27%

Mauricio Macri: em junho deste ano, presidente recorreu ao FMI para conseguir um crédito de 50 bilhões de dólares (Enrique Marcarian/Reuters)

Mauricio Macri: em junho deste ano, presidente recorreu ao FMI para conseguir um crédito de 50 bilhões de dólares (Enrique Marcarian/Reuters)

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AFP

Publicado em 17 de julho de 2018 às 15h41.

Legisladores de oposição, dirigentes de movimentos sociais, sindicalistas, artistas e intelectuais rechaçaram como "odioso ou execrável" o acordo assinado pela Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI), em carta divulgada nesta terça-feira.

"Fora o governo (de Mauricio Macri) não há quem apoie" o acordo, alerta a carta aberta à diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, que chega a Buenos Aires nesta sexta-feira para se encontrar com Macri e seu ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, antes da reunião com ministros de Finanças do G-20 no fim de semana.

A carta lembra que, durante a campanha eleitoral em 2015, Macri "se comprometeu explicitamente a não solicitar nenhum empréstimo, nem assinar nenhum acordo com o FMI" e alerta para o risco de uma "catástrofe social".

Em junho deste ano, o presidente recorreu ao organismo para conseguir um crédito de 50 bilhões de dólares - dois quais 15 bilhões já foram entregues.

Os assinantes lembram que argentinos trazem "na memória o desastroso papel desempenhado pelo FMI ao longo de sua história".

O texto aponta que, "em 32 meses de governo de Macri, a dívida pública aumentou em mais de 80 bilhões de dólares", enquanto "o peso da dívida sobre o PIB da Argentina passou de 41% em 2015 para 69,8% segundo reconheceu o secretário de Finanças ante o Congresso, em 2 de julho".

A Argentina se comprometeu a ajustar as contas do Estado e reduziu sua meta de déficit fiscal a 2,7% em 2018 e a 1,3% em 2019, em meio a uma inflação projetada em 27% para este ano.

"Não temos outro caminho a não ser repudiar este acordo já assinado e considerar a nova dívida contraída sob suas condições como 'odiosa ou execrável'", acrescenta.

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