A crise do euro estará no centro das discussões em Davos (Boris Roessler/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2012 às 16h33.
Davos, Suíça - O Fórum Econômico Mundial de Davos começará nesta quarta-feira permeado pelo pessimismo decorrente do árduo momento que atinge a Europa e, particularmente, os países da zona do euro, que têm pela frente poucos dias para resolver problemas cruciais, como a reestruturação da dívida grega.
Convocados a oferecer receitas para estimular o crescimento da economia mundial, os participantes do Fórum de Davos são políticos, intelectuais, economistas, gurus das finanças e, em geral, líderes de opinião, que nas edições anteriores do encontro se mostraram mais otimistas quanto à crise.
O Fórum de Davos passou por inúmeras transformações em suas quatro décadas de história para se adaptar à realidade do mundo. Prova disso é que a participação de representantes de países emergentes registrou nítido aumento ao longo dos anos, em consonância com a importância crescente dessas nações na economia mundial.
Em paralelo às reuniões de Davos, ficavam estrelas de Hollywood comprometidas em ações sociais, que chamavam a atenção refletindo em certo sentido a despreocupação de anos afortunados e que, nas últimas edições, marcadas pela severidade da crise financeira e econômica internacional, praticamente não têm mais cabimento.
A chanceler alemã, Angela Merkel, cujo país é visto ao mesmo tempo como salva-vidas e principal fiador do rigor orçamentário na zona do euro, abrirá formalmente o Fórum de Davos com um discurso que irá além do simbólico e que reflete o papel atribuído a Berlim neste período de incerteza generalizada.
Outro que passará por Davos será o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, cuja oposição a um novo tratado para a União Europeia (UE) rachou ainda mais a unidade do bloco. Também passarão pelo Fórum os chefes das instituições financeiras que negociam a reestruturação da dívida grega, crucial para o futuro da zona do euro.
Os responsáveis do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e do Instituto Internacional de Finanças (IIF) aproveitarão assim o espaço de encontros informais que Davos representa para dialogar com mais liberdade.