Economia

Furnas e fundo podem garantir retorno de 10% em Três Irmãos

Segundo Eletrobras, lance vencedor do leilão garantiu taxa de remuneração mínima de 10% para o grupo que levou a concessão da usina


	Linhas de transmissão da Eletrobras: Furnas, subsidiária da Eletrobras, venceu o leilão da hidrelétrica de Três Irmãos na última sexta
 (Adriano Machado/Bloomberg)

Linhas de transmissão da Eletrobras: Furnas, subsidiária da Eletrobras, venceu o leilão da hidrelétrica de Três Irmãos na última sexta (Adriano Machado/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 20h14.

São Paulo - A Eletrobras informou nesta quarta-feira que o lance vencedor do leilão da hidrelétrica paulista Três Irmãos garantiu taxa de remuneração mínima de 10 por cento para o grupo que levou a concessão da usina, conforme o governo federal previa nas regras de renovação das concessões.

Furnas, subsidiária da Eletrobras, venceu o leilão da hidrelétrica na última sexta-feira, em conjunto com o fundo de investimentos privado Constantinopla. O grupo não precisou oferecer deságio pois o leilão não teve outros competidores.

Como o grupo ofereceu um lance sem desconto em relação ao preço-teto definido para o leilão, a taxa de remuneração mínima de 10 por cento para operar e manter a usina está garantida, disse o diretor financeiro da Eletrobras, Armando Casado de Araújo, em reunião com analistas e investidores.

O grupo ofereceu um lance de 31,6 milhões de reais referente ao custo de operação anual da usina, numa oferta sem desconto em relação ao máximo valor definido pela Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Araújo chegou a mencionar, durante a apresentação, que o custo para operar e manter a usina poderia ser ainda inferior ao lance oferecido, mas não deu detalhes.

Estratégia Internacional

O executivo comentou ainda que a Eletrobras focará sua estratégia de internacionalização em projetos na América Latina, onde a geração hidrelétrica com países vizinhos do Brasil ainda é pouco explorada.


"A nossa estratégia de internacionalização está focada principalmente na América Latina porque tem (possibilidade) de ganhos ainda (...) A gente só tem 25 por cento do potencial hidráulico com os países vizinhos explorado hoje", disse Araújo.

Os principais projetos em desenvolvimento são a hidrelétrica Tumarin, na Nicarágua, no qual a empresa tem 50 por cento de participação. Outro é o projeto eólico de Rouar, no Uruguai, no qual a Eletrobras também tem cerca de 50 por cento e deve entrar com investimentos de 25 milhões de dólares. O terceiro é o projeto de Inambari, no Peru.

A hidrelétrica Tumarin está com o estudo de viabilidade pronto e atualmente está em negociação o financiamento por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o banco daquele país.

Já para a hidrelétrica Inambari, que terá cerca de 2.200 MW de potência, ainda está sendo negociado um tratado de comercialização com o Peru. O valor total de investimentos necessários no projeto é de 4 bilhões de dólares. A participação da Eletrobras no projeto seria de 29,4 por cento.

Distribuidoras

O diretor da Eletrobras reafirmou que não acredita que a solução para as distribuidoras de energia deficitárias do grupo, as quais a empresa estuda vender pelo menos uma fatia de sua participação, seja dada neste ano.

A empresa está avançando com os estudos sobre o destino dessas empresas, mas só tomará uma decisão após o processo de renovação de concessões dessas empresas, para o qual o governo ainda não definiu as regras.

"Mesmo começando o processo (de venda) nesse ano, não é em um ano que se vende isso", disse o executivo durante apresentação aos investidores.

Acompanhe tudo sobre:EletrobrasEmpresasEmpresas estataisEnergiaEnergia elétricaEstatais brasileirasFurnasHidrelétricasHoldingsLeilõesServiços

Mais de Economia

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade