Militantes do principal partido de oposição da Índia comemoram vitória nas urnas: os resultados das eleições podem ser lidos como um crescente risco político, alertou a Fitch (REUTERS/Amit Dave)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2013 às 05h59.
São Paulo - A vitória obtida pela oposição nas eleições estaduais da semana passada pode elevar as pressões políticas sobre as metas fiscais de curto prazo da Índia, afirmou a Fitch Ratings.
O governo indiano se comprometeu firmemente com uma consolidação fiscal, mas esse compromisso pode ser testado ainda mais à medida que uma batalha mais apertada por votos pode enfraquecer o escopo total das restrições de gastos, afirmou a agência de classificação de risco, em relatório.
A Fitch lembrou que as finanças públicas representam um importante fator para o rating soberano mas, "ao mesmo tempo, uma significativa piora na política fiscal não é uma certeza. Não há muito tempo antes das eleições gerais para uma mudança de política para ganhar mais votos. Nós iremos avaliar as promessas de campanha e as implicações para o cenário fiscal após as eleições", disse a Fitch, ao lembrar que um quadro fiscal de médio prazo só irá surgir após a formação do próximo governo. As eleições gerais estão marcadas para maio de 2014.
O governo central da Índia se comprometeu a apresentar um déficit orçamentário de 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) até o fim do ano fiscal que se encerra em março de 2014.
No último ano fiscal o governo indiano demonstrou a habilidade de anunciar difíceis medidas para cortar gastos no fim do ano fiscal e alcançar a meta de redução do déficit, mas os resultados das eleições estaduais podem ser lidos como um crescente risco político, alertou a Fitch.
O governo já atingiu 84% da meta de déficit fiscal para o ano fiscal sete primeiros meses, contra 72% no mesmo período do ano passado. "A não ser que as receitas surpreendam significativamente para cima nos próximos meses do ano fiscal, isso implica a necessidade de mais restrições aos gastos do que no próximo ano para alcançar a meta de déficit", lembrou a Fitch.
Os resultados das eleições estaduais na Índia mostraram que a popularidade do governista Partido do Congresso despencou, dando força ao partido de oposição Partido do Povo Indiano (BJP, na sigla em inglês).
O BJP ganhou em quatro Estados importantes - Délhi, Rajastão, Madhya Pradesh e Chhattisgarh - que representam 180 milhões de pessoas. O partido atribuiu parte do sucesso à campanha do seu popular candidato à primeiro-ministro, Narendra Modi, e à falta de forte liderança no Congresso.