Economia

Eike defende código de conduta proposto por Cabral

Empresário classificou como "perfeito" e "maravilhoso" o projeto de regular as relações entre executivos e governantes

Eike Batista confirmou que já fez doações para várias campanhas de políticos (VEJA SÃO PAULO)

Eike Batista confirmou que já fez doações para várias campanhas de políticos (VEJA SÃO PAULO)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2011 às 15h42.

Rio de Janeiro - O empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, defendeu hoje a criação de um código de ética que regule as relações entre governantes e o empresariado. A proposta foi apresentada há dois dias pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), a quem Eike já emprestou aviões de sua frota pelos menos duas vezes. O empresário classificou seu grupo como "diferenciado", pois cede seus jatos a amigos e funcionários.

Eike confirmou também que fez doações para campanhas de Cabral e de "vários" outros políticos que elegeram-se governadores no ano passado. "Se as pessoas não têm recursos, se você acredita na linha de conduta que esse governador vai fazer, eu faço", afirmou.

O empresário qualificou como "perfeito" e "maravilhoso" o projeto de código de conduta proposto por Cabral. "Que se estabeleça esse código de conduta. O governador falou, é isso aí. É o que tem que fazer. Vamos respeitar o código. A gente respeita as regras do jogo", disse ele, depois de participar de solenidade na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

As relações entre Eike e Cabral foram expostas há duas semanas, quando o empresário emprestou seu jato para o governador ir à Bahia. O peemedebista foi com o filho Marco Antonio e a namorada dele, Mariana Noleto, participar dos festejos de aniversário do também empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construções. A queda de um helicóptero que servia ao grupo provocou a morte de Mariana, de Jordana Kfuri, mulher de Cavendish, e do filho dela.

A Delta recebeu mais de R$ 1 bilhão em contratos na gestão Cabral e o grupo EBX obteve R$ 79,2 milhões de benefícios fiscais no mesmo período. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público do Estado.

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