Angra 3 (Brazil Photos/Getty Images)
Fabiane Stefano
Publicado em 18 de fevereiro de 2021 às 18h55.
Última atualização em 18 de fevereiro de 2021 às 19h18.
Depois da aprovação da conversão em lei da Medida Provisória 998 que agora depende apenas da sanção presidencial, a Eletronuclear programa para março o início dos editais de tomadas de preços para contratação das obras de aceleração do caminho crítico da usina nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro, que vai garantir o cumprimento do prazo de 2026 para o início da operação da usina.
Os recursos para a obra foram liberados na última reunião do Conselho de Administração da Eletrobras, informa o presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), Celso Cunha, que acompanha de perto o processo.
"Para nós é o marco do renascimento do setor nuclear brasileiro, é uma grande sinalização de que a obra não está parada e vai ajudar a atrair investidores", avalia Cunha.
O plano de aceleração do caminho crítico consiste no adiantamento das obras civis (fechamento da cúpula da usina) e montagem eletromecânica. É também uma forma de mostrar aos futuros parceiros que a construção da usina está em andamento, o que pode facilitar a segunda etapa para a construção da usina, que depende de recursos privados.
Segundo Cunha, para a primeira etapa foram liberados cerca de R$ 6 bilhões, sendo que a maior parte das obras deverá ocorrer entre 2021 e 2022. A previsão é de que esteja concluída em 2025, um ano antes da entrada em operação.
Angra 3 terá capacidade instalada de 1.405 megawatts (MW), que somada às duas primeiras usinas - Angra 1 (640 MW) e Angra 2 (1.350 MW) - vai elevar a produção de energia nuclear do País para 3.395 MW. A fonte hoje representa cerca de 3% de toda a geração de energia elétrica no Brasil.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, os planos são de construir mais oito usinas no País e adicionar 10 mil MW ao sistema, conforme previsto no Plano Nacional de Energia 2050 (PNE 2050).
A segunda etapa da obra de Angra 3, ainda sem prazo definido, que será desenvolvida simultaneamente à primeira fase, depende da contratação de consultoria pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a realização de due diligence (diligência prévia) e estruturação do funding para a entrada de sócios privados no projeto.