Notas de real: projeção para o IPCA para 2015 subiu 0,04 ponto percentual, indo a 6,54 por cento (Stock.xchng/ Afonso Lima)
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2014 às 08h27.
São Paulo - Economistas de instituições financeiras passaram a ver, pela primeira vez, que a inflação estourará o teto da meta oficial em 2015, com piora das projeções tanto para o dólar quanto nos preços administrados, ao mesmo tempo em que passaram a ver crescimento econômico menor tanto neste ano quanto no próximo.
De acordo com pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, a projeção para o IPCA para 2015 subiu 0,04 ponto percentual, indo a 6,54 por cento, enquanto que para este ano permaneceu em 6,38 por cento. A meta é de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
A inflação tem rondado o teto da meta há meses. O IPCA-15, prévia do indicador oficial de inflação, acelerou a alta a 0,79 por cento em dezembro, e encerrou o ano com alta de 6,46 por cento.
O Focus mostrou também que as perspectivas para o dólar voltaram a piorar. Para 2014, a projeção foi a 2,65 reais, ante 2,60 reais, enquanto para 2015 atingiu 2,75 reais, sobre 2,72 reais. O BC tem argumentado que tanto o câmbio quanto os preços administrados vão continuar pressionando a inflação que, segundo a autoridade monetária, só vai convergir para o centro da meta no final de 2016.
O Focus mostrou que as contas para os preços administrados em 2015 cresceram, com alta de 7,60 por cento, sobre 7,48 por cento na semana anterior.
Em relação à Selic, os especialistas consultados mantiveram a perspectiva de que a taxa básica de juros, atualmente em 11,75 por cento, terminará o próximo ano a 12,50 por cento.
Depois de o BC ter acelerado o ritmo na última reunião, segundo a pesquisa Focus, os especialistas continuavam vendo que o passo será mantido em janeiro --próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC--, com mais uma alta na taxa e 0,5 por cento.
Os economistas consultados na pesquisa do BC reduziram a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 a 0,13 por cento, contra 0,16 por cento no levantamento anterior.
Para 2015 o corte foi ainda pior, de 0,14 ponto percentual, com a estimativa de expansão indo a 0,55 por cento.
A economia brasileira iniciou o quarto trimestre em queda depois de ter saído da recessão técnica, apontou o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) do próprio BC ao recuar 0,26 por cento em outubro sobre o mês anterior.
A projeção para a balança comercial em 2014 foi piorada pela segunda vez seguida na pesquisa Focus, para déficit de 1,86 bilhão de dólares, contra resultado negativo de 1,60 bilhão de dólares na semana anterior.