Banco Central: sobre a inflação, a expectativa para 2014 foi mantida em 6,46% (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2014 às 09h54.
São Paulo - Economistas de instituições financeiras reduziram a projeção para o tamanho do primeiro aumento da Selic em 2015, ao mesmo tempo em que pioraram novamente a estimativa de crescimento da economia neste ano e passaram a ver contração da indústria.
Os agentes econômicos consultados na pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mantiveram pela terceira semana seguida a expectativa de que a Selic não voltará a subir este ano, mantendo-se no atual patamar de 11,00 por cento.
Mas reduziram a previsão para a primeira alta da taxa básica de juros em janeiro do ano que vem. Agora eles veem aumento de 0,25 ponto percentual, seguido de mais três movimentos na mesma proporção, encerrando o ano a 12,00 por cento. Anteriormente, os economistas projetavam aumento de 0,50 ponto percentual em janeiro.
No mercado de juros futuros, a curva já precifica que a próxima alta da Selic será de 0,25 ponto percentual justamente em janeiro, diante dos sinais de que a inflação está perdendo fôlego no curto prazo, apesar de continuar em patamares elevados.
Contribui para esse cenário nos DIs a preocupação manifestada pelo BC com a fragilidade da economia na última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em que manteve a Selic em 11 por cento.
No documento, o BC indicou também inflação mais baixa neste e no próximo ano.
O Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, também passou a ver a Selic a 11,00 por cento neste ano, contra 11,25 por cento na semana anterior. E projetam a taxa básica de juros no mesmo nível em 2015, ante 11,63 por cento.
Crescimento
Sobre o Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa é de expansão de 1,16 por cento este ano, contra 1,24 por cento na pesquisa anterior. É a quarta semana seguida de corte na estimativa do crescimento econômico.
Já para a indústria os agentes econômicos passaram a ver uma contração da atividade, de 0,14 por cento, ante expansão de 0,51 por cento anteriormente. Para 2015, os economistas também reduziram a perspectiva para o PIB, desta vez pela quinta vez seguida, para 1,60 por cento, 0,13 ponto percentual a menos do que na pesquisa anterior. Para a indústria entretanto eles veem melhora, com crescimento de 2,30 por cento ante 2,25 por cento.
Em relação ao IPCA, a perspectiva no Focus foi mantida em 6,46 por cento este ano, bem perto do teto da meta do governo, que é de 4,5 por cento com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.
Para os próximos 12 meses, a estimativa também permaneceu em 5,91 por cento, mas para 2015 sofreu ligeiro ajuste a 6,10 por cento, 0,02 ponto percentual a mais.Em junho, novo alívio nos preços dos alimentos e de habitação ajudou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) a desacelerar a 0,47 por cento, frente a 0,58 por cento de maio.
Atualizado às 9h54