Banco Central: já para a inflação, a estimativa para 2016 agora é de 7,28%, contra 7,31% na semana anterior (Ueslei Marcelino/ Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2016 às 09h26.
São Paulo - Economistas de instituições financeiras passaram a ver recuo da taxa básica de juros neste ano, enquanto a projeção para a inflação continuou diminuindo em meio à contínua piora da recessão econômica prevista.
A estimativa para a taxa básica Selic ao fim de 2016 na pesquisa Focus do Banco Central desta segunda-feira agora é de 13,75%, contra os atuais 14,25% previstos na semana anterior.
Essa foi a primeira redução na estimativa após oito semanas de manutenção mesmo depois de o BC reiterar em seu Relatório de Inflação, na semana passada, que não trabalha com a possibilidade de cortar a taxa básica de juros apesar da forte retração econômica.
Para 2017, o levantamento com uma centena de economistas não mostrou mudança na expectativa de que a Selic terminará o ano a 12,50%.
Já para a inflação, a estimativa para 2016 agora é de 7,28%, contra 7,31% na semana anterior.
Mesmo após a quarta semana seguida de redução, a projeção permanece bem acima do teto da meta do governo, de 4,5% com tolerância de 2 pontos, e também da projeção do próprio BC.
No Relatório de Inflação, o BC estimou inflação de 6,6% em 2016 e 4,9% em 2017, sobre projeção anterior de elevação de 6,2 e 4,8%, respectivamente.
A estimativa do BC para o ano que vem também é mais otimista do que a dos especialistas consultados no levantamento, que continuam vendo que a inflação encerrará 2017 a 6%, no limite máximo da meta do governo para aquele ano, de 4,5%, com margem de 1,5 ponto percentual.
O dólar tende a favorecer também o alívio na alta dos preços, uma vez que a projeção na pesquisa caiu a 4,0 reais no fim de 2016, contra 4,15 reais antes. Em relação a 2017 a perspectiva foi a 4,10 reais, sobre 4,20 reais.
Sobre o desempenho da economia, a contração do Produto Interno Bruto este ano agora é projetada em 3,73%, ante queda de 3,66% na pesquisa anterior. Já a expansão em 2017 é calculada em apenas 0,30%, sobre 0,35% anteriormente.