Economia

Economistas passam a ver Selic a 11% e pioram cenário

Para economistas, Banco Central não voltará a elevar a Selic este ano, ao mesmo tempo em que perspectiva para o crescimento da economia piorou


	Economia: PIB deste ano deve crescer 1,50%, ante 1,63% na pesquisa anterior
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Economia: PIB deste ano deve crescer 1,50%, ante 1,63% na pesquisa anterior (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2014 às 10h04.

São Paulo - Economistas de instituições financeiras passaram a ver que o Banco Central não voltará a elevar a Selic este ano, encerrando 2014 a 11,0 por cento, ao mesmo tempo em que pioraram a perspectiva de crescimento da economia.

A pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira apontou que os especialistas deixaram de ver uma nova elevação da taxa básica de juros em dezembro, após as eleições presidenciais, e agora veem novo movimento de aperto apenas no ano que vem, em janeiro, de 0,50 ponto percentual. Para 2015, eles mantiveram a perspectiva de que a Selic encerrará a 12,0 por cento.

O movimento acontece mesmo depois de o BC ter deixado a porta aberta para voltar a subir a taxa em breve, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter mantido a taxa básica de juros em 11 por cento na semana passada, interrompendo o ciclo de aperto monetário iniciado há cerca de um ano. [nL1N0OF029] Analistas consideraram que ao usar a expressão "neste momento" para falar sobre a decisão o BC indicou que pode voltar a elevar os juros à frente. O mercado espera agora a divulgação da ata dessa reunião, que durou mais de quatro horas, para obter mais detalhes sobre a decisão.

Por sua vez, o Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, manteve a perspectiva de mais uma alta da Selic em dezembro, encerrando o ano a 11,25 por cento.

Economia

Em relação à atividade econômica, a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano foi reduzida a 1,50 por cento, de 1,63 por cento na semana anterior.

A perspectiva para a produção industrial em 2014 também sofreu forte redução, a 1,24 por cento, ante 1,40 por centoOs números ainda podem sofrer novos ajustes à frente, uma vez que na sexta-feira foi divulgado que o PIB brasileiro cresceu apenas 0,2 por cento no primeiro trimestre na comparação com os últimos três meses do ano passado.[nL1N0OG1DR] Para 2015, a estimativa para a expansão do PIB foi reduzida em 0,11 ponto percentual, a 1,85 por cento.

Já a perspectiva para o IPCA este ano, mantida em 6,47 por cento, continua sendo de inflação pressionada e rondando o teto da meta do governo, de 4,5 por cento, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

E o Top 5 de médio prazo ainda vê cenário pior, com o IPCA estourando o teto da meta, a 6,60 por cento, ante 6,58 por cento anteriormente.

O IBGE divulga na sexta-feira os dados de maio do IPCA.

Atualizado às 10h03

Acompanhe tudo sobre:Boletim Focuseconomia-brasileiraEstatísticasIndicadores econômicosPIBSelic

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto