Economia

Economistas elevam projeções de inflação, Selic a 12%

Economistas elevaram as projeções para a inflação tanto neste ano quanto no próximo, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central


	Prédio do Banco Central: para este ano, o cenário visto pelos economistas para a Selic não mudou
 (Wikimedia Commons)

Prédio do Banco Central: para este ano, o cenário visto pelos economistas para a Selic não mudou (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2014 às 09h32.

São Paulo - Economistas de instituições financeiras voltaram a ver que a Selic encerrará 2015 a 12 por cento, ao mesmo tempo em que passaram a projetar maior alta dos preços neste ano e no próximo e crescimento econômico ainda mais fraco em 2014.

De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, até então a projeção era de que a taxa básica de juros encerrasse o ano que vem a 11,75 por cento. As contas para o final deste ano, no entanto, não mudaram, indicando que a Selic ficará estável em 11 por cento.

Para os economistas consultados, o início do ciclo de aperto monetário será em março que vem, com alta de 0,50 ponto percentual, sem alteração sobre a pesquisa anterior.

O Focus mostrou ainda que a expectativa é de mais inflação neste ano, mas ainda sem arrefecer em 2015. A estimativa para o IPCA em 2014 passou a 6,27 por cento, 0,02 ponto percentual a mais do que o levantamento anterior e interrompendo cinco semanas seguidas de queda nas contas. Para 2015, as estimativas subiram a 6,28 por cento, contra 6,25 por cento. Para os preços administrados, que vêm sendo um dos principais vilões da inflação neste ano e devem continuar em 2015, as projeções de inflação subiram em 0,05 ponto percentual para este ano, a 5,10 por cento, e continuaram em 7,0 por cento para 2015.

O aumento das tarifas de energia elétrica já pressiona a inflação, principal impacto de alta no IPCA-15 de agosto. Embora tenha desacelarado a 0,14 por cento na base mensal, em 12 meses o índice permaneceu muito próximo do teto da meta do governo, de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

Para os próximos 12 meses, o Focus mostrou que o mercado elevou em 0,03 ponto percentual a previsão do IPCA, a 6,24 por cento.

O Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeção, calcula que o IPCA ficará em 6,27 por cento em 2014, contra 6,32 por cento, e fechará 2015 em 6,48 por cento, inalterado ante o levantamento anterior.

PIB Já a projeção para o crescimento econômico neste ano entrou na 13ª semana de queda, com a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) estimada em 0,70 por cento, contra 0,79 por cento, bem aquém dos 2,5 por cento vistos em 2013.

A mediana para o crescimento do PIB em 2015, por outro lado, permaneceu em 1,20 por cento pela segunda semana seguida.

O IBGE divulga na sexta-feira os dados do PIB do segundo trimestre e economistas não descartam que mostrem contração sobre os três meses anteriores e até que a economia tenha entrada em recessão técnica --quando há dois trimestres seguidos de contração da atividade.

Atualizado às 9h31

Acompanhe tudo sobre:Boletim FocusEstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoPIBSelic

Mais de Economia

Marcio Macêdo diz que não há ‘desabono’ sobre conduta de Lupi no caso das fraudes do INSS

Lula endossa discussão sobre fim da escala 6X1 e diz que governo 'desmontou' esquema no INSS

Após escândalo de fraude, Lula escolhe novo presidente do INSS; saiba quem é

Governo define regras para uso do Orçamento de 2025 e impõe ritmo mais controlado para os gastos