Economia

Economistas apresentam cenário pessimista ao BC

Em encontro reservado com o diretor de Política Econômica do banco, os analistas derramaram todo o pessimismo em relação ao crescimento neste ano


	Carlos Hamilton Araújo: os encontros ocorrem a cada três meses
 (Marcello Casal Jr/ABr)

Carlos Hamilton Araújo: os encontros ocorrem a cada três meses (Marcello Casal Jr/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2014 às 08h50.

São Paulo - Em encontro reservado com o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton de Araújo, os analistas do mercado financeiro derramaram todo o pessimismo em relação ao crescimento econômico neste ano.

Esse foi o tom da segunda reunião de uma série de três encontros que Araújo fez nesta segunda-feira, 09, com representantes do mercado financeiro em São Paulo, segundo o relato de alguns participantes.

Os encontros ocorrem a cada três meses, sempre alguns dias antes de o Banco Central divulgar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

As observações dos especialistas são usadas, teoricamente, como subsídios para o documento. A mensagem que o diretor leva a seus pares no BC, segundo as fontes, é de muito pessimismo.

"Todo mundo mostrou pessimismo com o crescimento da economia ao diretor do BC e nem por isso alteraram as projeções de inflação", disse um economista ao sair da reunião.

Segundo ele, a percepção dos participantes é que os preços livres darão uma trégua, mas os administrados (tarifas públicas) entrarão corroendo esse alívio.

Revisão

Hamilton também levará para Brasília a afirmação dos analistas de que estão prestes a iniciar mais uma onda de revisão - para baixo - das suas projeções de crescimento do PIB.

De acordo com outro participante do encontro, há analistas que trabalham com a possibilidade de o PIB ficar estável neste ano, com crescimento zero, e fechar 2015 com taxa negativa.

Carlos Hamilton, durante o encontro, não deu uma palavra. Só ouviu e anotou o que os analistas disseram. Nesse segundo encontro, pouco se falou sobre política fiscal, disse a fonte.

"Sobre economia internacional também se falou muito por cima. Nada de apresentações e teorias", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoEconomistasMercado financeiro

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto