Homem ao lado de sede do Banco Central: "a estabilidade de preços é o objetivo mais importante que um BC deve seguir. Então, uma meta rígida acaba sendo quase ótima", explicou (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2014 às 13h13.
Rio - As economias estão sempre sujeitas a distorções, e um regime de metas de inflação rígido nunca será uma política monetária ótima. Mas um sistema flexível deve, ainda assim, dar mais importância à estabilidade de preços, em detrimento de outras metas, como reduzir o desemprego.
A ideia foi defendida nesta sexta-feira, 16, manhã pelo economista Carl E. Walsh, professor da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, na palestra de abertura do segundo e último dia do XVI Seminário Anual de Metas para a Inflação, promovido pelo Banco Central, no Rio de Janeiro.
"A estabilidade de preços é o objetivo mais importante que um BC deve seguir. Então, uma meta rígida acaba sendo quase ótima", explicou Walsh. Ao longo da palestra, o professor criticou as políticas monetárias que dão peso semelhante a outras metas, como o desemprego.
No início de sua apresentação, ele havia citado o discurso da presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Janet Yellen, defendendo a atuação da autoridade monetária norte-americana no estímulo à geração de empregos.
Para Walsh, é discutível se os bancos centrais são as instituições adequadas para atuar nas políticas voltadas para o mercado de trabalho.
"O BC não tem ferramentas para atuar nas distorções do mercado de trabalho", afirmou o professor, referindo-se a bancos centrais de forma geral.
Nesse sentido, a flexibilidade das metas de inflação deve levar em conta o ambiente econômico, mas com foco no controle de preços. Isso significa ter "foco na inflação, com flexibilidade, para constantemente reavaliar outros aspectos do ambiente econômico que precisam ser levados em consideração".