O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa: “será um processo parecido com o que ocorreu em 2009, no auge da crise econômica global" (Reinaldo Ferrigno/Agência Câmara)
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2015 às 22h11.
Depois de cair no primeiro semestre, a economia voltará a crescer na segunda metade do ano, disse hoje (15) o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.
A recuperação, no entanto, será insuficiente para reverter a queda da atividade econômica no início de 2015, fazendo o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) encerrar o ano com queda de 0,9%.
A previsão consta do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, lei que define diretrizes e parâmetros para o Orçamento do próximo ano.
De acordo com o ministro, o governo espera contração no primeiro trimestre, estabilidade no segundo e crescimento baixo no terceiro. Somente a partir do quarto trimestre, disse Barbosa, a economia deverá apresentar crescimento expressivo.
“Será um processo parecido com o que ocorreu em 2009, no auge da crise econômica global. Tivemos um primeiro semestre de queda e um segundo semestre com crescimento, mas não o suficiente para compensar”, destacou o ministro.
Barbosa mencionou sinais de que a economia parou de cair no segundo trimestre.
“A evolução do mercado financeiro, que consegue se antecipar ao restante da economia, indica que o pior já passou. O dólar se estabilizou, a bolsa de valores subiu e a curva de juros está se inclinando. As taxas de longo prazo [no mercado futuro] começaram a cair”, disse.
O ministro reiterou que o cálculo do PIB, assim como das demais variáveis econômicas no projeto da LDO, levou em conta as projeções do mercado. “As previsões do Boletim Focus [pesquisa semanal do Banco Central com instituições financeiras] mudam constantemente, então pegamos uma média das estimativas para usar na LDO”, declarou.
Barbosa esclareceu que o governo descartará usar o mecanismo que permite abater gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da meta de superávit primário – poupança para pagar os juros da dívida pública.
“Em 2015, já deixamos de usar esse mecanismo. A meta de 2% do PIB para 2016 também não considera os abatimentos do PAC. O número que estamos anunciando é a meta que será efetivamente cumprida e aparece nos resultados do Banco Central”, explicou.