Joaquim Levy: para o ministro, o redirecionamento da economia também envolve o corte de gastos do governo (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2015 às 10h16.
São Paulo - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou, durante evento a investidores promovido pelo Bradesco, que o resultado fiscal do Governo Central, anunciado nesta quinta-feira, 29, "mostra que a economia brasileira precisa ser redirecionada".
O Governo Central registrou déficit de 17,2 bilhões em 2014, o primeiro da série histórica iniciada em 1997.
Levy destacou que no ano passado houve queda de mais de 7% nos investimentos. "O objetivo do governo é dar clareza para onde vai e, para isso, precisaremos de cooperação e contribuição de todo mundo", afirmou.
Sobre o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), o ministro comentou a cifra de R$ 400 bilhões e avaliou que "não poderia continuar naquele ritmo".
O titular da Fazenda avaliou ainda o ajuste feito na TJLP como "para uma taxa que é considerada de equilíbrio para o combate à inflação". Ele disse também que o Brasil tem capacidade de criar crédito de médio a longo prazo.
Retomando a necessidade citada anteriormente de redirecionar a economia, Levy disse que para isso é preciso haver confiança. "O papel do governo é criar uma situação fiscal que dê segurança a todos", afirmou.
Para o ministro, o redirecionamento da economia também envolve o corte de gastos do governo.
"A lei de responsabilidade fiscal exige este exercício (de cortar gastos)", comentou. Nesse sentido, Levy citou a reversão de algumas desonerações. "Temos de pensar que governo criará quadro de menos risco, com responsabilidade fiscal", disse.
Sobre a retomada da atividade econômica no Brasil, o ministro afirmou que "há muita coisa que o governo não vai fazer" e que "a retomada da atividade depende de investidores". "É preciso resgatar o espírito animal. Nosso papel é garantir ambiente seguro ao investidor", disse Levy.
Na avaliação do titular da Fazenda, o Brasil tem todas as condições para passar para um novo estágio. "Não vamos ficar presos à armadilha da renda intermediária que outros países têm", pontuou.
Nesse sentido, Levy disse ser necessário que o governo crie uma base para que cada um assuma seu próprio risco e tenha vontade de crescer.
Levy destacou que o governo tem o compromisso de ampliar e lançar novas concessões e que pretende aproveitar o mercado de capitais e a poupança doméstica e externa para voltar a crescer.
"Precisamos entender que os termos de troca mudaram. Isso exigirá reengenharia da economia", disse. "Com muitas transparências vamos fazer as coisas, enfrentando e mostrando". completou.