Venda de veículos: apesar disso, o setor de veículos teve alta de 13,9% em setembro contra setembro de 2012 (Ty Wright/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2013 às 11h11.
Rio - A redução de 5,1% nas vendas de veículos e motos no mês de setembro sobre agosto é reflexo de um contexto econômico menos favorável.
"Houve realmente uma redução no volume de vendas, por causa de fatores econômicos, refletindo o que o mercado está dizendo", afirmou o gerente da coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Reinaldo Pereira. "Isso não impede que, no mês seguinte, o setor esteja crescendo", acrescentou.
Para Pereira, o comércio retrata o comportamento da economia como um todo. "Se a economia não está deslanchando como era esperado em termos de produção, ou do próprio crescimento, isso também reflete no comércio."
A técnica Aleciana Gusmão ressaltou ainda que, apesar da manutenção na disponibilidade de crédito, o endividamento das famílias também pode levá-las a demandar menos produtos duráveis - o que se percebe também em móveis e eletrodomésticos, que tiveram queda de 0,2% em setembro ante agosto.
Além disso, as políticas de estímulo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o programa Minha Casa Melhor, não têm o mesmo impacto ao longo do tempo. "Elas perdem força em relação ao observado no primeiro momento", disse Aleciana.
Outro fator, porém, contribuiu para a queda nas vendas de veículos. Segundo Pereira, o processo de ajuste sazonal distribui o impacto dos feriados ao longo do ano, ainda que eles se concentrem em poucos dos 12 meses. "Há também uma explicação técnica", afirmou o técnico.
Apesar disso, o setor de veículos teve alta de 13,9% em setembro contra setembro de 2012, revertendo as quedas observadas no mesmo tipo de comparação nos meses de agosto (-12,7%) e julho (-1,8%).
Segundo Aleciana, esse resultado é consequência da base de comparação mais baixa, uma vez que em agosto de 2012 houve uma corrida às concessionárias em função da determinação do governo de que aquele seria o último mês de desoneração para o setor - algo que não se verificou posteriormente, com a sequência de prorrogações do prazo para até dezembro deste ano.
No varejo ampliado, o setor de materiais de construção é o único que continua com bom desempenho. A alta foi de 10,1% em relação a setembro de 2012. Segundo Aleciana, o segmento ainda conta com redução do IPI como fator de impulsão das vendas.