Economia

Economia forte dos EUA justificaria alta nos juros

O presidente do Federal Reserve de Richmond, Jeffrey Lacker, afirmou em comunicado que a economia dos EUA está forte o suficiente para aumentar os juros


	Águia na sede do Federal Reserve em Washington: banco decidiu manter a taxa de juros
 (Andrew Harrer/Bloomberg)

Águia na sede do Federal Reserve em Washington: banco decidiu manter a taxa de juros (Andrew Harrer/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2015 às 09h22.

São Paulo - O presidente do Federal Reserve de Richmond, Jeffrey Lacker, afirmou em comunicado divulgado neste sábado que a economia dos Estados Unidos está forte o suficiente para justificar uma alta na taxa de juros.

Lacker foi a única voz dissidente na última reunião do banco central norte-americano, quando o Fed decidiu, na quinta-feira, manter a taxa de juros agora, apontando principalmente para as incertezas no cenário internacional, sobretudo na China.

Lacker, porém, disse que discordou da opinião da maioria dos colegas por considerar uma alta na taxa de juros necessária, diante das condições econômicas e da perspectiva de médio prazo.

No comunicado divulgado no site do Fed de Richmond, o dirigente aponta para a melhora nos gastos dos consumidores e nas condições do mercado de trabalho. Segundo ele, as taxas de juros "excepcionalmente baixas" mantidas atualmente pelo Fed não devem ser apropriadas para uma economia com crescimento forte no consumo e melhora no mercado de trabalho.

A autoridade monetária admitiu que a inflação está um pouco abaixo da meta de 2% nos últimos anos e que desacelera diante da queda nos preços do petróleo e da valorização do dólar. "Desde janeiro, porém, a inflação tem estado muito perto de 2%", argumentou.

"Os movimentos nos preços do petróleo e o valor do dólar nas últimas semanas renovaram a pressão para baixo sobre a inflação. Como no ano passado, esse impulso de desaceleração deve ser transitório. Por isso eu sigo confiante de que a inflação voltará ao objetivo de 2% do FOMC no médio prazo", afirmou ele, referindo-se ao Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) do Fed.

Segundo Lacker, uma taxa de juros mais alta é consistente também com a maneira como o Fed tem respondido às condições econômicas e à inflação ao longo das últimas décadas. Para ele, o padrão histórico de comportamento tem condicionado as crenças do público sobre como o Fed deve se comportar no futuro e isso funciona como uma âncora essencial para a estabilidade monetária.

"Mais atraso seria um abandono de um padrão de comportamento que nos serviu muito bem no passado. O histórico sugere fortemente que esses abandonos são arriscados e aumentam a probabilidade de resultados adversos", ponderou.

Lacker disse que, por essas razões, defendeu uma alta de 0,25 ponto porcentual na taxa de juros na reunião desta semana. Segundo ele, ainda assim ela estaria "excepcionalmente baixa", fornecendo "amplo apoio à economia".

O dirigente disse que de fato a expansão econômica tem sido desapontadora por algumas variáveis, quando comparada às médias históricas, mas afirmou que as condições econômicas melhoraram muito ao longo dos últimos seis anos. "É hora de reconhecer o progresso substancial que tem sido alcançado e alinhar as taxas de acordo com isso", afirmou ele.

Acompanhe tudo sobre:Crises em empresasEstados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemMercado financeiroPaíses ricos

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto