Economia

Economia do Reino Unido vai encolher sem acordo do Brexit, diz FMI

O Reino Unido deve deixar a UE em pouco mais de seis meses, mas ainda negocia um acordo para garantir um período de transição

Brexit: o FMI prevê que a economia do Reino Unido crescerá cerca de 1,5% ao ano em 2018 e 2019 (Hannah McKay/Reuters)

Brexit: o FMI prevê que a economia do Reino Unido crescerá cerca de 1,5% ao ano em 2018 e 2019 (Hannah McKay/Reuters)

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Reuters

Publicado em 17 de setembro de 2018 às 11h16.

Londres - A economia do Reino Unido vai encolher caso deixe a União Europeia sem um acordo do Brexit e vai sofrer algum dano qualquer que sejam os termos, disse o Fundo Monetário Internacional nesta segunda-feira, desafiando as promessas de alguns defensores do Brexit.

O Fundo prevê que a economia do Reino Unido crescerá cerca de 1,5 por cento ao ano em 2018 e 2019 - atrás da Alemanha e da França - caso um amplo acordo Brexit for fechado.

"Sou uma otimista desesperada, e espero sinceramente e rezo para que haja um acordo entre a União Europeia e o Reino Unido", disse Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI.

Mas o fracasso em conseguir um acordo levará a uma contração, disse ela.

"Deixe-me ser claro, comparado com o mercado único suave de hoje, todos os cenários prováveis ​​do Brexit terão custos para a economia e, em menor grau, também para a UE", disse Lagarde, enquanto o FMI apresentava seu relatório anual sobre a economia britânica.

"Quanto maiores os impedimentos para negociar no novo relacionamento, mais oneroso ele será. Isso deveria ser bastante óbvio, mas às vezes parece que não é."

O Reino Unido deve deixar a UE em pouco mais de seis meses, mas Londres e Bruxelas ainda precisam fechar um acordo para garantir um período de transição.

A primeira-ministra, Theresa May, tem lutado para reduzir a profunda divisão dentro de seu Partido Conservador sobre qual deverá ser a proximidade da relação entre o Reino Unido e a UE.

Ela espera fazer progressos em direção a um acordo quando encontrar outros líderes da UE nesta semana.

O ministro britânico das Finanças, Philip Hammond, falando ao lado de Lagarde, disse que o governo deve seguir os "avisos claros" do FMI sobre o Brexit.

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