O recuo do PIB se traduz em uma taxa anualizada de queda de 3,5 por cento, mostraram dados do governo nesta segunda-feira (Bay Ismoyo/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2012 às 07h28.
Tóquio - A economia do Japão encolheu no terceiro trimestre pela primeira vez desde o ano passado, ampliando os sinais de que a desaceleração do crescimento global e as tensões com a China estão levando a terceira maior economia do mundo a uma recessão.
A queda de 0,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) ficou em linha com as expectativas, embora o recuo nos gastos de capital tenha sido bem mais forte do que o previsto. Sony Corp e Panasonic Corp reduziram os planos de gastos para lidar com fortes perdas uma vez que enfrentam mercados competitivos e um iene forte.
O recuo do PIB se traduz em uma taxa anualizada de queda de 3,5 por cento, mostraram dados do governo nesta segunda-feira. Enquanto o crescimento dos Estados Unidos mostrou uma modesto avanço no terceiro trimestre, as economias do Japão e da zona do euro estão encolhendo.
"Os dados do PIB confirmam que a economia caiu em recessão", disse o economista sênior do Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities em Tóquio, Tatsushi Shikano. "O país está a caminho de um segundo trimestre seguido de contração no trimestre atual." Uma recessão é comumente definida como dois trimestres consecutivos de contração.
Os dados mantêm a pressão do governo sobre o Banco do Japão, banco central do país, para impulsionar o estímulo monetário mesmo depois de ter afrouxado a política em outubro pelo segundo mês seguido, uma vez que um iene forte e uma disputa territorial com a China exacerbam a demanda fraca por exportações.
O ministro da Economia, Seiji Maehara, afirmou que o banco central deveria buscar um afrouxamento de política forte para impulsionar a economia, embora o presidente do BC, Masaaki Shirakawa, tenha dito que o governo deve fazer sua parte também.
Muitos analistas esperam que o BC deixe a política inalterada em uma revisão na próxima semana, mas alguns veem a possibilidade de um aumento de estímulo de novo na reunião de 19 e 20 de dezembro, pouco depois de uma reunião do Federal Reserve, o banco central norte-americano.