Funcionário arruma fachada de banco no Chipre: entre 2012 e 2014, a economia cipriota registrará uma queda acumulada de 15%, segundo as previsões da Comissão Europeia (Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2013 às 10h11.
Bruxelas - A reestruturação bancária no Chipre intensificará a recessão do país durante 2013 e 2014, com quedas do Produto Interno Bruto (PIB) de 8,7% e 3,9%, respectivamente, informou nesta sexta-feira a Comissão Europeia em suas previsões macroeconômicas.
Após cair 2,4% no ano passado, o PIB cipriota descerá 8,7% em 2013 devido ao impacto imediato da reestruturação do setor bancário e seus efeitos sobre o crédito e à consolidação fiscal, assim como pela incerteza sobre a demanda doméstica e o investimento", segundo o documento da comissão.
Além disso, estima-se que a imposição de controles temporários de capital e de restrições para sua retirada "dificultem a circulação internacional de capital e reduzam os volumes de negócio, tanto em nível doméstico como internacional", acrescentou o relatório.
"A taxação imposta aos depositantes não assegurados implica uma perda de riqueza, o que também afetará o consumo privado e o investimento", disse a comissão em alusão à penalização sobre os depósitos superiores aos 100.000 euros incluída no plano de resgate do Chipre.
As previsões de Bruxelas apontam para um prolongamento da recessão até 2014, quando haverá uma nova queda de 3,9%, provocada pela reestruturação bancária e fatores concretos como a restrição do acesso ao crédito.
As medidas de consolidação fiscal e o aumento do desemprego (que alcançará 15,5% em 2013 e 16,9% em 2014) exercerão "um forte peso" sobre o consumo privado, enquanto o cenário também é negativo para o comércio exterior.
Entre 2012 e 2014, a economia cipriota registrará uma queda acumulada de 15%, segundo as previsões da Comissão Europeia.
A dívida do Chipre, que alcançou 85,8% de seu PIB em 2012 devido principalmente à recapitalização de um banco comercial, avançará "até níveis sem precedentes" neste ano (109,5%) e em 2014 (124%).
A evolução da dívida pública será "amplamente influenciada" pelo déficit geral do governo e a recapitalização de instituições financeiras, acrescentou a comissão.