Lagarde: "Graças às medidas que foram anunciadas, e algumas já implementadas, parece que a economia brasileira fez a curva e vai melhorar em 2017 e 2018" (James Lawler Duggan/Reuters)
AFP
Publicado em 20 de abril de 2017 às 16h56.
O Brasil, a maior economia da América Latina, parece ter deixado para trás dois anos de recessão para iniciar timidamente uma recuperação, embora a luta contra a corrupção seja de "importância fundamental", considerou nesta quinta-feira a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.
"Graças às medidas que foram anunciadas, e algumas já implementadas, parece que a economia brasileira fez a curva e vai melhorar em 2017 e 2018", declarou Lagarde em uma coletiva de imprensa na abertura da reunião do FMI e do Banco Mundial em Washington.
O Brasil experimentou um declínio acentuado de 3,8% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, e em 2016 a queda foi de 3,6%, em uma sequência de dois anos de recessão, os piores resultados da série histórica iniciada em 1948.
No entanto, para este ano, o FMI espera um crescimento tímido de 0,2%, para alcançar um crescimento de 1,7% no ano seguinte.
Lagarde afirmou nesta quinta-feira que o FMI "saúda a política fiscal que foi identificada e a intenção de reduzir a dívida, bem como as medidas de monitoramento que respondem a uma clara redução da inflação. Esta combinação de políticas era necessária".
Ela acrescentou que "a tentativa de chegar ao fundo de uma lista de casos de corrupção é de fundamental importância para libertar o potencial da economia brasileira".
No entanto, apesar das expectativas do FMI sobre o desempenho econômico do Brasil este ano, o país ainda segue imerso em uma atmosfera de turbulência e incerteza política.
Há uma semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de investigações contra oito ministros, 29 senadores e 40 deputados por suspeita de ligações com o caso de corrupção por desvio de fundos através da Petrobras a partidos políticos.