Economia

Economia do Brasil cai mais que o esperado em março

Com esse resultado, o IBC-BR fechou o primeiro trimestre com recuo de 1,44% na comparação com os três últimos meses de 2015


	Sede do Banco Central em Brasília: a expectativa de analistas em pesquisa da Reuters era de queda de 0,10%
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Sede do Banco Central em Brasília: a expectativa de analistas em pesquisa da Reuters era de queda de 0,10% (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2016 às 12h14.

São Paulo - A economia brasileira encerrou o primeiro trimestre com forte contração, após recuar mais do que o esperado em março, informou o Banco Central nesta sexta-feira, mais um sinal de que a recuperação da atividade ainda não dá sinais.

O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), contraiu 0,36% em março sobre fevereiro em dado dessazonalizado, o 15º mês seguido de resultado mensal negativo, muito pior do esperado.

A expectativa de analistas em pesquisa da Reuters era de queda de 0,10%.

Com esse resultado, o IBC-BR fechou o primeiro trimestre com recuo de 1,44% na comparação com os três últimos meses de 2015.

No quarto trimestre do ano passado, o PIB encolheu 1,4% segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fechando 2015 com contração de 3,8%.

O IBGE divulga os números do PIB referentes ao primeiro trimestre deste ano no dia 1º de junho.

Na comparação com março de 2015, o IBC-Br caiu 6,64% e em 12 meses acumula queda de 5,11%, sempre em números dessazonalizados.

Praticamente todos os setores da economia brasileira ainda sofrem com a forte recessão.

As vendas no varejo recuaram 0,9% em março, fechando os três primeiros meses do ano com queda de 7,0%, pior leitura trimestral desde o início da série histórica do IBGE em 2000.

Afundando ainda mais a economia, o setor de serviços caiu 5,9% em março e terminou o primeiro trimestre com perdas acumuladas no ano de 5,0%.

Após quinze semanas de piora, os economistas consultados na pesquisa Focus do BC melhoraram sua projeção para a economia neste ano, mas ainda assim a expectativa é de forte contração do PIB de 3,86%. Para 2017 é esperado crescimento de 0,50%.

A expectativa é de que, com a mudança de governo, a confiança dos agentes econômicos possa melhorar.

Na véspera, Michel Temer assumiu interinamente a Presidência da República, após o Senado decidir dar andamento ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, afastando-a por até 180 dias.

Em seu primeiro pronunciamento no comando do país, ele tratou das reformas necessárias para tirar a economia da recessão e restabelecer a credibilidade e a confiança no Brasil, ao mesmo tempo que garantiu a manutenção dos direitos e programas sociais.

O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.

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