Economia

Economia da Croácia é como da Grécia: só encolhe desde 2008

Entrada na União Europeia é esperança para o primeiro adversário do Brasil na Copa, que entrou no sexto ano de recessão seguido

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 12 de junho de 2014 às 07h00.

São Paulo - No campo, ainda não se sabe, mas na economia, pelo menos, a Croácia empalidece diante do Brasil.

O país de 4,2 milhões de habitantes tem um PIB de US$ 60 bilhões - 36 vezes menor que o brasileiro.

Desde que se tornou independente da União Soviética em 1991, a Croácia cresceu e apareceu no econômico e no social.

Na indústria, o país explorou seu potencial na construção de navios. Nos serviços, desenvolveu o turismo, que já responde por mais de 15% do PIB.

A história de sucesso foi interrompida, como muitas outras, pelo fantasma da crise financeira. A Croácia é, junto com a Grécia, o único país europeu que viu sua economia encolher todos os anos desde 2008.

O PIB do país é hoje 13% menor do que antes da crise e a pobreza aumentou oito pontos percentuais (de 10% para 18%). O desemprego atingiu uma taxa recorde de 17% - entre os jovens, é de 40%.

Mas há uma luz no fim do túnel. Em julho do ano passado, a Croácia se tornou oficialmente o 28º estado-membro da União Europeia.

Isso significa que a partir de agora, o país terá acesso a até 1,5 bilhão de euros por ano dos fundos de modernização da UE, que fizeram maravilhas em países como Portugal e Espanha.

O acordo não é tão bom quanto parece - afinal, a Croácia também vai precisar fazer reformas para se ajustar ao bloco (e de quebra, pagar 520 milhões de euros por ano para o orçamento da organização) - mas a perspectiva é que o crescimento volte em 2015, mesmo que pequeno.

Relação com o Brasil

O Brasil, pelo menos, não sentiu os reflexos da crise croata no comércio. Pelo contrário: nossas exportações para o país cresceram mais de 10 vezes entre 2000 e 2012 - de US$ 24 milhões para US$ 247 milhões. A crise não interrompeu o processo.

72% dessas exportações são de produtos básicos, principalmente açúcar in natura, responsável por mais da metade do valor total. As cidades mais beneficiadas pelo comércio desse produto acabam sendo Maceió (32,5%) e Maringá (16,5%).

Na outra direção, os números são bem mais tímidos. Em 2011, a Croácia exportou o equivalente a US$ 43 milhões para o Brasil. 40% foi em máquinas para o processamento de borracha e 31% foi em fibras artificiais. Os dados foram compilados pelo site DataViva.

Acompanhe tudo sobre:ComércioComércio exteriorCroáciaEuropaTurismoUnião Europeia

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo