Gastos do consumidor avançaram 0,6 por cento no trimestre, principalmente pelos gastos com recreação e cultura, incluindo ingressos para a Olimpíada (London 2012/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2012 às 07h29.
Londres - A economia britânica cresceu 1 por cento no terceiro trimestre, conforme estimado originalmente, mostraram dados nesta terça-feira, mas essa força não deva se sustentar.
Os dados, confirmando que a Grã-Bretanha saiu da recessão, darão força ao ministro das Finanças, George Osborne, uma semana antes de ele apresentar seu comunicado sobre o orçamento semestral.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1 por cento no trimestre passado, em linha com a estimativa inicial do Escritório para Estatísticas Nacionais (ONS na sigla em inglês) e com as previsões dos economistas.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a produção recuou 0,1 por cento, ligeiramente pior do que imaginado anterior, disse o ONS.
Os gastos do consumidor avançaram 0,6 por cento no trimestre -- o maior aumento em mais de dois anos. O ONS informou que isso se deveu aos gastos com recreação e cultura, incluindo ingressos para a Olimpíada de Londres, que aconteceu durante o trimestre.
A leitura do PIB do terceiro trimestre também se favoreceu de uma recuperação em relação aos três meses anteriores, quando um feriado público extra prejudicou a produção.
As exportações totais subiram 1,7 por cento no trimestre, enquanto os gastos finais brutos menos as importações totais recuaram 0,4 por cento.
Pesquisas empresariais pintaram um cenário mais melancólico do quarto trimestre, e as vendas no varejo --uma avaliação dos gastos do consumidor-- apresentaram uma queda surpresa em outubro.
Por sua vez, o presidente do Banco Central, Mervyn King, foi alertado que a produção pode encolher de novo entre outubro e dezembro.
A produção no setor de serviços britânico --que responde por mais de três quartos do PIB-- subiu 1,3 por cento no terceiro trimestre, o maior aumento em cinco anos. No segundo trimestre ela havia caído 0,1 por cento.
A produção industrial ficou 0,9 por cento maior, enquanto a construção --responsável por menos de 7 por cento do PIB-- contraiu 2,6 por cento.
A Grã-Bretanha ainda não recuperou totalmente a produção perdida na esteira da crise financeira, enquanto os problemas de dívida da zona do euro, austeridade do governo para reduzir o déficit orçamentário e a relutância dos bancos em emprestar estão segurando o crescimento econômico.