Economia

Economia brasileira tem crescimento zero no terceiro trimestre

Crescimento calculado pelo IBGE ficou na mediana das previsões dos econmomistas, que era zero

Em relação ao mesmo período do ano passado, o Produto Interno Bruto registrou expansão de 2,1% (SXC.hu)

Em relação ao mesmo período do ano passado, o Produto Interno Bruto registrou expansão de 2,1% (SXC.hu)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2011 às 10h25.

Rio de Janeiro - A economia brasileira ficou estagnada no terceiro trimestre deste ano em comparação ao segundo, com a primeira queda no consumo das famílias em quase três anos, informou o IBGE nesta terça-feira.

O Produto Interno Bruto (PIB) registrou crescimento zero entre julho e setembro na comparação com os três meses anteriores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já na comparação com o terceiro trimestre de 2010, houve uma expansão de 2,1 por cento.

O consumo das famílias, um dos motores da economia nos últimos trimestres, caiu 0,1 por cento na comparação entre o terceiro trimestre e o segundo, a primeira queda desde o quarto trimestre de 2008.

Também caíram a formação bruta de capital fixo (FBCF) -uma medida de investimentos-, e o consumo do governo, respectivamente 0,2 por cento e 0,7 por cento no período.

"O que temos aqui talvez seja resultado puxado por retração no gasto do governo", avaliou o economista sênior da Gradual Investimentos, Andre Perfeito. "Desde o início do ano o governo vem praticando uma política econômica contracionista, não dava para esperar outra coisa."

Serviços em queda

Na mesma comparação, a agropecuária teve expansão de 3,2 por cento, mas a indústria registrou contração de 0,9 por cento e o setor de serviços queda de 0,3 por cento.

"A indústria, como já era esperado, teve retração, mas me surpreendeu a queda no setor de serviços. Esperávamos pelo menos estabilidade, dado que o mercado de trabalho continua relativamente forte", disse o economista-chefe da CM Capital Markets, Maurício Nakaodo.

"O que ajudou de maneira geral o PIB foi o setor externo, crescimento das exportações, o que acaba sendo preocupante. Ter o crescimento do PIB condicionado ao setor externo na atual conjuntura é bem preocupante", acrescentou.

Para o coordenador de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flavio Castelo Branco, a atividade brasileira continuará patinando neste fim de ano, com uma recuperação ocorrendo apenas a partir do ano que vem.


"Os últimos meses de 2011 devem continuar ruins e a melhora deve vir só em 2012, com as ações do governo (para estimular o consumo) e o ciclo de redução da Selic", afirmou ele.

Na semana passada, além de o Banco Central (BC) ter feito novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, para 11 por cento ao ano, o governo anunciou um pacote de medidas para estimular a economia. Entre elas, reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os produtos de linha branca e zerou o Imposto sobre Operações Financeiras para investidores estrangeiros em ações.

O objetivo, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, é garantir que o país tenha expansão entre 4,5 e 5 por cento no próximo ano.

Segundo o último relatório Focus do Banco Central, junto a agentes econômicos, a expectativa é de um crescimento do PIB de 3,09 por cento este ano e de 3,48 por cento em 2012.

Sobre 2010

Em relação ao terceiro trimestre de 2010, a agropecuária cresceu 6,9 por cento, enquanto a indústria teve expansão de 1,0 por cento e o setor de serviços crescimento de 2,0 por cento.

Nessa comparação, o consumo das famílias aumentou 2,8 por cento, a FBCF subiu 2,5 por cento e o consumo do governo cresceu 1,2 por cento.

O resultado do PIB na comparação trimestral confirmou pesquisa Reuters, onde a mediana das previsões dos economistas era de crescimento zero. Mas na comparação anual, a expectativa era de uma expansão de 2,4 por cento.

O IBGE também divulgou nesta manhã dados revisados dos últimos trimestres. A expansão do PIB no segundo trimestre sobre o primeiro trimestre foi revisada de 0,8 por cento para 0,7 por cento, enquanto o crescimento do primeiro sobre o quarto trimestre passou de 1,2 por cento para 0,8 por cento.

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