PIB da Alemanha registrou alta de 0,1% no terceiro trimestre, segundo o resultado provisório, o que permite à maior economia europeia evitar a recessão (Sebastian Kahnert/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2014 às 14h30.
Berlim - O nível de confiança das empresas alemãs subiu em novembro após seis meses consecutivos de queda, o que confirmaria a tese de uma recuperação da primeira economia europeia.
O índice do instituto Ifo, que avalia esse nível de confiança, ficou neste mês em 104,7 pontos, em comparação aos 103,2 em outubro. "A situação é percebida como um pouco melhor do que no mês anterior, e as perspectivas para os próximos meses começam a melhorar", afirma um comunicado do instituto.
Somado ao expressivo aumento na semana passada do índice ZEW, que mede a confiança nos meios financeiros alemães, o barômetro Ifo constitui, segundo os especialistas, outro sinal positivo para a economia da Alemanha, que enfrentou dificuldades no segundo e no terceiro trimestres deste ano.
"Finalmente uma estabilização", reagiu Carsten Brzeski, economista do banco ING, que considera o Ifo, o indicador mais confiável entre os publicados nos últimos tempos, e deduz que a economia alemã tomará fôlego no quarto trimestre.
Outro motivo de satisfação é que a confiança dos empresários melhoraram em todos os setores, seja na indústria manufatureira, na construção civil, no varejo ou no comércio atacadista, que teve uma melhora espetacular.
"A desvalorização do euro e a forte queda do preço do petróleo sem dúvida contribuíram com isso, assim como a política monetária do Banco Central Europeu (BCE)" analisa Christian Schulz, do banco Berenberg.
"O avanço do Ifo nos faz esperar que a economia alemã não se encaminhará para a recessão, mas, pelo contrário, deixará progressivamente no início de 2015 da quase estagnação dos últimos meses", prevê Michael Holstein, do DZ Bank.
Os riscos continuam altos
Os especialistas, no entanto, estão cautelosos com a boa notícia. "A incerteza, sobretudo ao se considerar a situação geopolítica, continua sendo alta e constitui, portanto, um risco para as perspectivas conjunturais", destaca Thilo Heidrich de Postbank.
Para Brzeski, do ING, "a economia alemã continua sendo uma longa transição entre o fim de um ciclo de reformas virtuosas e os desafios gerados por uma economia obsoleta".
"Embora o aumento da confiança dos empresários em novembro seja considerado um alívio, ao mesmo tempo revela um crescimento que é lento" opina, por outro lado, Jennifer McKeown, da Capital Economics.
A Alemanha escapou por pouco da recessão -que se caracteriza por dois trimestres consecutivos de queda do PIB- no terceiro trimestre, graças a uma pequena alta do Produto Interno Bruto de 0,1%, após um retrocesso de 0,1% no segundo.
O governo alemão aposta por um crescimento de 1,2% em 2014, e de 1,3% em 2015.