Economia

É preciso zelar para que Estados cumpram meta, diz Levy

O ministro tenta adiar a votação do projeto que dá prazo para a regulamentação da mudança do indexador da dívida dos Estados e municípios


	Ministro Joaquim Levy participa de audiência na CAE: "não pode todo o esforço ser carregado pela União", disse
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ministro Joaquim Levy participa de audiência na CAE: "não pode todo o esforço ser carregado pela União", disse (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2015 às 13h42.

Brasília - Na tentativa de adiar a votação do projeto que dá prazo para a regulamentação da mudança do indexador da dívida dos Estados e municípios, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que é preciso zelar para que os entes consigam cumprir a meta de superávit fiscal definida para este ano.

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Levy disse que, nos últimos anos, a contribuição dos Estados e municípios para o resultado do setor público vem diminuindo.

Para 2015, os governos regionais têm como meta entregar um superávit primário de R$ 11 bilhões (0,2% do PIB).

"Não pode todo o esforço ser carregado pela União. Temos que zelar para que essa contribuição de Estados e municípios possa se realizar. Uma maneira inclusive é na discussão do ICMS. Esse esforço federativo é importante", avaliou.

Com o prazo para anunciar o contingenciamento do orçamento chegando ao fim, Levy disse aos senadores que o espaço do governo em cortar despesas é limitado, principalmente em relação a despesas obrigatórias.

"Por isso é tão importante que não se crie novas despesas obrigatórias porque sobre essas o Executivo tem menor controle", pediu.

Em relação ao projeto que muda a desoneração da folha de pagamento, Levy disse que as empresas terão mais liberdade para decidir qual modelo é mais vantajoso e podem optar por pagar a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamentos ou sobre o faturamento.

O ministro ressaltou que a economia com a medida, principalmente a partir de 2016, será muito importante.

Levy disse também que as mudanças no pagamento de seguro-desemprego ajudarão a reduzir a rotatividade no mercado de trabalho.

"Os ajustes não tiram direito do trabalhador, ao contrário, fortalecem direitos ao focar melhor os programas", completou.

Confaz

O ministro defendeu que as mudanças nas alíquotas do ICMS interestadual, com a redução das alíquotas na origem e maior cobrança do tributo no destino, sejam feitas antes da convalidação dos benefícios fiscais já concedidos pelos Estados.

"No momento em que houver o novo plano de alíquotas, o Confaz pode fazer o próximo passo (a convalidação) com tranquilidade", afirmou.

Levy disse ainda que, depois desses passos, pode-se discutir as compensações para os Estados. As mudanças, nessa ordem, estão em material apresentado por Levy durante a audiência.

A validação dos benefícios fiscais já foi acordada no Confaz (conselho de secretários de Fazenda), mas o governo defende que só seja feita depois de concluída a discussão da reforma do ICMS.

Há, no entanto, um impasse em relação ao tamanho da compensação que seria concedida aos governos regionais por conta das perdas com a mudança.

O ministro apresentou dados que mostram que as operações de comércio interregional respondem a quase 40% do PIB e que, por isso, a integração da economia brasileira é muito importante.

"Isso mostra a importância de encontrar uma nova dinâmica para o ICMS, não de maneira precipitada, mas com muito empenho.

Levy apresentou dados ainda mostrando que as vendas das regiões Sul e Sudeste para as demais são muito maiores do que o fluxo contrário e defendeu que a cobrança do ICMS seja maior nos Estados compradores.

"Os elementos da guerra fiscal se embotaram. Isso é um movimento que vai diminuir as diferenças regionais", completou.

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