Montezano: presidente do BNDES destacou que o País atravessa um conjunto de reformas com influências relevantes para diversos setores, como a da Previdência, a trabalhista, a tributária e a administrativa (Valter Campanato/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de outubro de 2019 às 15h42.
Última atualização em 10 de outubro de 2019 às 17h01.
O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, avaliou que a combinação de avanços macro e microeconômicos no País, somados a mudanças no aspecto cultural, faz com que o Brasil viva o seu "melhor momento" para receber investimentos. A avaliação foi feita durante debate em painel no Fórum de Investimentos Brasil 2019.
Montezano apontou que o País está no menor nível histórico de juros reais, de apenas 2% ao ano, situação que gera um potencial de crescimento nunca antes explorado. "O Brasil é hoje um grande experimento. O menor juro da história e o crescimento do PIB de modo sustentável nos dão um cenário nunca visto antes no campo macroeconômico", afirmou.
Já no campo microeconômico, o presidente do BNDES destacou que o País atravessa um conjunto de reformas com influências relevantes para diversos setores, como a da Previdência, a trabalhista, a tributária e a administrativa, contando, inclusive, com apoio dos congressistas. "É um bom momento para novos entrantes e para novos investimentos no País", observou.
O presidente do BNDES observou ainda que um dos efeitos da força-tarefa da Lava Jato foi uma melhora no quadro de governança. "Seja no cenário público quanto privado, nunca vimos cenário de governança tão bom", afirmou.
Montezano disse que o BNDES pretende continuar com um papel importante no financiamento a projetos de energia no Brasil, além de atuar de outras maneiras no setor, como no apoio a privatizações de ativos estaduais.
"O BNDES, olhando para a frente, no setor de energia, vai continuar a ter o papel protagonista que ele sempre teve na história do desenvolvimento energético do Brasil", afirmou no Fórum, onde classificou a instituição de fomento como "o maior financiador de energia limpa do mundo".
Ele acrescentou que, além de atuar no crédito, o banco também vai apoiar a estruturação de projetos de venda de distribuidoras estaduais de gás natural, cuja desestatização o governo federal pretende incentivar por meio do programa Novo Mercado de Gás.
"Temos todo um rol de produtos... não só o crédito, como a gente faz hoje e vamos continuar fazendo. Não acabou o dinheiro do BNDES como se diz por aí", brincou Montezano, destacando que o banco tem em paralelo se esforçado para atrair mais capital privado para financiamentos no Brasil.